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    Os Papéis de Aspern
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    Márcio F
    Márcio F

    8 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 1 de junho de 2019
    Ah, a tênue fronteira entre o público e o privado! Um dos grandes estigmas atuais encontra uma leitura interessante no bom filme Os Papéis de Aspern do jovem diretor francês Julien Landais, produção norte-americana, com produção executiva do excelente James Ivory, que deixa sua marca indelével. Para os biógrafos e historiadores, documentos e memorabília de artistas e pessoas célebres ou notórias revestem-se de vários interesses, especialmente para explicar suas poéticas e como suas vidas e obras foram afetadas por acontecimentos, muitos do quais distantes do registro midiático. Mas qual o limite ético para chafurdar a intimidade das pessoas? Até que ponto este interesse não fica contaminado pela deplorável fofoca que tanto move a humanidade? O filme baseia-se no livro homônimo do escritor norte-americano Henry James, ambientado na Veneza do final do século XIX. Os tais papéis do título são possíveis diários, cartas e registros do poeta Jeffrey Aspern (vivido pelo belíssimo ator espanhol Jon Kortajarena), paixão e obsessão do biógrafo Morton Vint (interpretado pelo ator irlandês Jonathan Rhys-Meyers, protagonista no filme Match Point do Woody Allen). Morton é um dândi cultivado e de posses, que utiliza as armas da sedução e do subterfúgio para conseguir documentos que julga guardados com a única pessoa viva do convívio de Aspern, que teve morte prematura e sombria: Juliana Bordereau, anciã quase centenária que vive enclausurada em um “palazzo” veneziano, tendo como única companhia a sobrinha celibatária Tina. Juliana é interpretada pela deusa Vanessa Redgrave, o que já seria para lá de suficiente para assistir ao filme, além do interessante vínculo na vida real com Joely Richardson que interpreta a sobrinha, pois é sua mãe. São as duas grandes atuações do título. Outro ponto de interesse reside no caráter enevoado do relacionamento entre a trindade de personagens principais, em que sinceridade e dissimulação são alternados em um jogo envolvente para o espectador e de final surpreendente. Como adaptações de novelas e romances sempre ficam aquém das obras originais, talvez um dos grandes méritos do filme seja acender o interesse sobre o livro de James, representante da escola realista, especialmente pela utilização da figura do narrador-personagem que marca o roteiro. Há que se ressaltar também a beleza da fotografia de Philippe Guilbert, os figurinos esplêndidos da austríaca Birgit Hutter. Cenografia e direção de arte impecáveis, com locações como os Palazzi Dona Delle Rose e Sorranzo Capello, cujos jardins e templo inspiraram a obra literária. Um belo exemplar de filme de época, perfeito nos quesitos técnicos, em história envolvente e algumas belas atuações e cenas, fluído em sua duração de 1h27. E com Veneza como pano de fundo, já um deleite visual certeiro. Gostei bastante!
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