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    A Rota Selvagem
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    A Rota Selvagem

    Jornada do crescimento

    por Barbara Demerov

    Acompanhar os passos do jovem Charley (Charlie Plummer) é uma experiência cativante e ao mesmo tempo incômoda. De certa forma, em A Rota Selvagem é possível se sentir andando lado a lado com ele por diferentes lugares dos Estados Unidos. Mas o selvagem, como o título diz, se assemelha mais com o espírito do protagonista, que vai formando uma casca de maturidade não tão comum para garotos de sua idade. Pelo menos não da forma como ele a conquista.

    Charley vive em uma casa modesta e, por mais que seu pai seja um pouco fora dos padrões, é feliz por viver ali. Ele adora correr pela vizinhança e tem um espírito esportivo - gosto pessoal que repete algumas vezes ao falar sobre o que praticava na escola. A corrida é tão importante para ele que esta acaba sendo o fator de mudança em sua rotina: Charley conhece um local de corrida de cavalos próximo de onde mora e arurma um emprego temporário com um treinador (Steve Buscemi), que o ensina a como cuidar destes animais.

    De imediato ele se apega a um cavalo de corrida chamado Lean On Pete. A relação do jovem com o animal forma o laço mais comovente de todo o filme, e não só representa como Charley é um garoto bom mas também como ele se apega a coisas que o fazem se sentir liberto. O menino projeta ele mesmo no cavalo ao cuidar e tentar ajudá-lo a ir bem nas corridas, como se esta ligação fosse vital e necessária para que ambos permaneçam vivos e bem.

    A Rota Selvagem possui inúmeros começos e recomeços - muitos deles repentinos e doloridos, assim como é na vida. A adolescência, que costuma ser um momento de querer soltar as amarras a fim de ser independente, torna-se o contrário para Charley, que apenas busca um ponto fixo para ser ele mesmo e encontrar paz.

    Entre suas andanças pela estrada ou pelo deserto (e especialmente entre seus momentos de afeto e até desabafos para com o animal), Charley é o nosso ponto de luz e esperança em forma de um personagem gracioso que se contenta com o pouco e não cansa de buscar o que almeja. Ele não diz muito com as palavras, o que pode transparecer apatia por vezes, mas os olhares lancinantes presentes na atuação de Charlie Plummer revelam o suficiente para se provarem como pura e simples... valentia.

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