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    Bright Lights: Starring Carrie Fisher and Debbie Reynolds
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Bright Lights: Starring Carrie Fisher and Debbie Reynolds

    Uma despedida

    por Lucas Salgado

    Debbie Reynolds e Carrie Fisher. Mãe e filha. Uma, estrela do clássico musical Cantando na Chuva. A outra, protagonista de uma das maiores franquias da história, Guerra nas Estrelas. Uma clássica história hollywoodiana, marcada por idas e vindas e por um final inesperado. E doloroso. Carrie morreu no final de dezembro de 2016. Debbie seguiu a filha, um dia depois.

    O documentário Bright Lights: Starring Carrie Fisher and Debbie Reynolds, produzido pela HBO, já estava pronto e acabou sendo lançado poucas semanas após a morte das duas. Por causa disso, acaba ganhando um maior peso dramático e emocional. 

    Ainda que passe superficialmente por parte da história das duas, o filme cumpre bem o objetivo de mostrar um pouco do companheirismo entre mãe e filha, que terminaram morando em casas vizinhas na última parte de suas vidas. Vemos Carrie e Debbie como parte significativa da vida da outra. Elas são mais melhores amigas do que mãe e filha, como elas mesmas dizem em cena. Embora seja evidente a preocupação de Carrie com a saúde da mãe.

    Neste sentido, acaba sendo uma experiência um pouco dolorosa pensar que a filha, que cuidava tanto da mãe, acabou falecendo antes dela. Se prepare para algumas cenas bem tocantes, como a que mostra os bastidores da homenagem a Debbie no SAG Awards, em 2015.

    O filme toca no problema de Carrie com as drogas e mostra como isso a distanciou na mãe, mas não aprofunda muito na questão. Fala sobre o relacionamento de Debbie com o popular cantor Eddie Fisher, que a deixou para ficar com Elizabeth Taylor e acabou a vida sem dinheiro e sem fama. Mas passa muito superficialmente pelas relações de Carrie, apenas citando Paul Simon.

    No final, o mais interessante é a dinâmica entre Carrie e a mãe. Com um grande acesso, os diretores Alexis Bloom, Fisher Stevens colheram depoimentos preciosos. É interessante ver Debbie revelando que tudo o que queria era que Carrie seguisse uma carreira como cantora. Ela, por sua vez, vê o fato de nunca cantar profissionalmente como uma forma de se rebelar contra a mãe.

    Bright Lights também conta com a participação de Todd Fisher, irmão de Carrie. É interessante como forma de dar maior abrangência ao núcleo familiar, mas as falas do irmão nunca são tão relevantes. E, de certa forma, passa a impressão que ele meio que força para aparecer um pouco nos holofotes, o que é algo natural para sua mãe e irmã. 

    O documentário foi pensado quase como uma despedida de Debbie Reynolds. Infelizmente, acabou sendo uma despedida também de Carrie Fisher.

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