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    Quase uma Rockstar
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    Quase uma Rockstar

    Aos olhos dos outros

    por Barbara Demerov

    A protagonista de Quase uma Rockstar realmente é aquilo que o título indica. Amber Appleton (Auli'i Cravalho) é uma jovem animada, pró-ativa e disposta a melhorar o dia daqueles que a cercam. Apesar de seu espírito de "rockstar" não ter relação à fama global, sua vida possui uma rotina desafiadora, o que transforma sua personalidade em algo ainda mais marcante. E isso o filme de Brett Haley faz muito bem: aproveitar a vitalidade da personagem para mostrar o quão influente ela é dentre seus amigos, mesmo vivendo em meio a tantas adversidade pessoais.

    Mas a parte que Quase uma Rockstar não trabalha da melhor forma é a construção do drama pessoal de Amber. Especialmente quando se trata da relação conturbada que possui com a mãe (Justina Machado), o longa apresenta algumas informações de forma superficial, que soam "jogadas" a fim de iniciar os conflitos. Só que isso não funciona da melhor forma pois, se o espectador inicialmente é apresentado a uma jovem que sonha em se tornar cantora e também a trabalhar com teatro, logo a narrativa entrega twists que contornam a história principal e acabam não se conectando completamente com ela.

    Fica claro que o filme possui a intenção de mostrar que, mesmo aos 17 anos, a vida dá algumas rasteiras difíceis de se escapar. E isso é válido, ainda mais em uma produção voltada ao público adolescente. O que não fica tão claro de início é o fato de Amber esconder de seus amigos próximos o verdadeiro cenário de sua vida pessoal. E isso só é explicado mais para frente, diante da ausência de dinâmica entre a protagonista e outros personagens a não ser Ty (Rhenzy Feliz) e Ricky (Anthony Jacques), que também desconheciam os problemas da jovem com a mãe e a falta de moradia.

    QUASE UMA ROCKSTAR SE APOIA INTEIRAMENTE NO TALENTO DE AULI'I CRAVALHO MAS NÃO ENTREGA TANTO BRILHO À HISTÓRIA EM SI

    Através de diálogos que não dão ênfase no impacto negativo que a protagonista recebeu nos últimos anos de sua vida, mas sim em entregar o máximo de informações possível, o foco do filme vai se transformando algumas vezes diante das desventuras de Amber. A partir do momento em que ela perde a mochila que continha o moletom do pai, acompanhamos uma ordem de tragédias que afetam diretamente a jovem, mas ainda assim elas soam desconexas do estilo gracioso que prevalece do início ao fim. A jornada de Amber é cativante, mas isso se deve muito mais pela atmosfera convidativa do que pela construção dos detalhes.

    Ao mesmo tempo em que Amber é querida e faz o possível para ser a melhor versão de si mesma, o espectador acompanha poucos momentos que evidenciam essa troca da protagonista para com outras pessoas, ou com o colégio em si. É dito que Amber ajudou sua escola de diferentes maneiras, mas não há tempo para que vejamos isso de fato. Entramos em uma história já no meio do caminho que prefere se apoiar inteiramente no talento de Auli'i Cravalho. A jovem atriz realmente entrega um ótimo trabalho, mas os diálogos que expõem o máximo de informações sobre a ela não são capazes de transmitir a emoção que só ela poderia entregar, caso o roteiro mergulhasse mais fundo em seu universo particular.

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