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    A Cidade do Futuro
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    A Cidade do Futuro

    Menos ódio, mais amor

    por Lucas Salgado

    Após realizarem o premiado Depois da Chuva, os diretores Cláudio Marques e Marília Hughes voltaram a se juntar para um novo projeto cinematográfico: A Cidade do Futuro.

    O filme conta a história de três jovens em uma pequena comunidade no interior da Bahia. Eles vivem uma relação de companheirismo inusitada e malvista na região. São dois garotos, gays, e uma menina, que carrega o filho de um deles. A intenção do trio é que todos cuidem da criança, numa visão familiar moderna e sem preconceitos.

    O problema é que o cenário não é nada moderno, mas bastante conservador. E eles serão vítimas de intolerância por boa parte da comunidade local, inclusive de suas famílias.

    Marques e Hughes conseguem, como no filme anterior, trabalhar bem com os jovens e cativar o espectador diante de sua sutileza e dos desafios da juventude moderna e inquieta. A dupla, no entanto, falha ao inserir o filme em uma séries de conjunturas políticas e sociais que dizem respeito à região, mas não aos personagens em si.

    A obra possui momentos quase documentais, com depoimentos de pessoas que foram deslocadas para aquela área após serem desapropriadas para a construção da Hidrelétrica de Sobradinho, durante o governo militar. O tema é interessante, mas completamente deslocado da ação principal.

    Mila Suzarte, Gilmar Araújo e Igor Santos formam o elenco principal. Estreantes, eles se mostram desconfortáveis no início, especialmente Igor, mas vão melhorando ao longo do filme. Ao contrário de Depois da Chuva, A Cidade do Futuro já entrega tudo mastigadinho para seu público. Não há muito espaço para interpretações e alegorias, como fica claro na fala final, que é uma derivação de um outro diálogo no início da obra.

    A trilha sonora é um dos destaques da produção, gerando inclusive belas sequências no filme. Por sinal, será difícil deixar a sessão sem ficar com "Jeito Carinhoso" por um bom tempo na cabeça.

    Inconstante e com problemas de ritmo, A Cidade do Futuro tem o principal mérito ao propor uma relação moderna em um cenário constrangedor. Especialmente num momento político brasileiro em que o diferente muitas vezes é vítima de intolerância e segregação. Fica o sonho de não apenas uma cidade, mas um país do futuro. 

    Filme visto durante a cobertura do 5º Olhar de Cinema de Curitiba, em junho de 2016.

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    Comentários

    • rafael
      eu gostei do filmesó não tem muito romantismo entre eles isso é que foi o ponto fraco mas imagino porque... por causa da oposição desse pais eu sei mas ganha por mostra a realidade com o pé no chão e isso é o que importapara os preconceituosos de plantão não só engolir a força, como aceitar...isso não é doença, loucura, ou safadeza... até cientistas já comprovaram isso...isso é uma EVOLUÇÃO, e não vai ser multidões de pessoas, cidadãos, os grandes poderosos no poder da politica ou de igrejonas que vai acabar com isso...uma nova geração está vindo, e todos com os próprios olhos verão, dentro de sua própria casa...É ISSO MESMO...todos preconceituosos terão filhos e filhas assim para aprenderem, respeitarem, aceitarem, e se arrependerem de matar, agredir ou maltratar os gayspodem se preparar e aceitar
    • nei
      fica desperdiçando tomadas, em mostrar nunves no céu um tempão... fica claro a falta de um bom roteiro e texto q se vaila.
    • nei
      filme perdido, sem graça, final péssimo, sem texto, sem emoção... a unica coisa q gostei foi a musica e olhe lá que não tem qualidade. perdeu uma grande chance de faezr um bom filme. abordar um tema e confudir com outro e não deu em nada. me arrependi de ter pago pra ver.
    • andré carlos
      boa! já ouviu falar em racismo reverso!? pois é! sqn!
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