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    Cantando de Galo
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Cantando de Galo

    Não decola

    por Lucas Salgado

    Cantando de Galo é um longa bonitinho, mas que já surge com um grande conflito ético: é uma animação infantil sobre rinhas de galo. É sério. Ah, alguns irão dizer: "lá vem vocês com este mimimi, o mundo tá muito chato, é só um filme." Mas será que vale a pena mesmo mostrarmos pra nossas crianças que há algo de legal em um dos "esportes" mais detestáveis que existem, uma completa violação de direitos dos animais? Não me parece que seja algo para se brincar, ainda mais de forma não-crítica.

    Toto é um jovem galo que tem que assumir a responsabilidade de ser a figura principal de sua granja. Ele admira o galo mais velho do local, um ex-lutador que tenta fazer Toto assumir suas novas funções, como acordar todas as pessoas e animais logo pela manhã. No entanto, o pequeno local onde moram está ameaçado de falência, uma vez que a senhora que comanda a propriedade não tem conseguido mantê-la. Tentando evitar que a granja seja vendida, os animais tomam uma providência: irão a uma rinha de galo tentar fazer uma aposta que salve o local. Toto acaba escolhido e terá que enfrentar um poderoso galo, cujo dono é conhecido por tomar as propriedades de pequenos fazendeiros através de apostas e ameaças.

    Como podem ver, o tema não é leve o bastante para atender as crianças, nem complexo e emocionante para encantar os adultos, como acontece em muitas das animações da Pixar. Estamos diante de uma obra um pouco perdida. Não sabe para onde vai e nem quem pretende atingir.

    Uma opção interessante do filme, narrativa e visual, foi colocar os ovos como seres animados. Eles andam, falam e participam de toda ação do longa. Há até uma fatia de bacon que também fala e se movimenta pela produção. Cria uma variação interessante de personagens, por mais que não haja uma explicação que faça sentido na história.

    A qualidade da animação é boa, com belos traços e curvas. Mas a obra dirigida por Gabriel Riva Palacio possui sérios problemas de ritmo. Com 98 minutos de duração, oferece uma trama previsível e com muita cena que poderia ser diminuída ou até cortada sem interferir na história. Há ainda um excesso de personagens e soluções óbvias.

    O público cinéfilo vai curtir uma referência ou outra. Hulk, Transformers, Rocky, O Poderoso Chefão e Karatê Kid são algumas das obras citadas. Mas no final das contas são apenas citações, sem nenhuma importância no desenvolvimento da história.

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