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    Os Banhistas
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Os Banhistas

    Faltou sabão

    por Lucas Salgado

    A comédia dramática Os Banhistas foi produzida e rodada no México, mas poderia muito bem ter sido feita em qualquer grande cidade da América Latina. Embora conte com uma melancolia mais presente nos nossos vizinhos de língua espanhola, o tema central, os personagens e a situação política tratada poderia acontecer muito bem em São Paulo ou no Rio de Janeiro.

    Após ter sua loja fechada por causa de dívidas, um senhor segue sua vida de forma dura, vendendo os itens do apartamento para sobreviver. No mesmo prédio, vive uma garota jovem e rebelde, que segue uma veia artística, mas parece não saber bem o que quer da vida. Quando ela é despejada de seu apartamento, o senhor acaba sendo responsável por acolhê-la. De certa forma, a dinâmica lembra um pouco a animação Up - Altas Aventuras, mas sem o mesmo brilho. 

    Vivida por Sofía Espinosa, a garota parece sem rumo, tomando atitudes impensadas e deixando um lastro de bagunça pelo caminho. Ela inicia uma relação de amizade com Sebastian (Harold Torres), sujeito que está acampado sob protesto contra o governo na frente do prédio dos dois. 

    Sofía, que também é coroteirista, está bem no filme, mas sua personagem deixa a desejar. A intenção dos realizadores era criar uma mulher livre de espírito, mas aparentemente passaram do ponto. O roteiro começa bem e consegue construir uma relação interessante entre a garota e o velho (Juan Carlos Colombo), mas deixa a desejar na segunda metade, insinuando que dali poderia surgir algo mais.

    Além disso, toda a história pregressa do senhor é mal desenvolvida e o bloqueio criativo dele (que é um escritor inativo) jamais faz sentido na história. Se Colombo e Espinosa não decepcionam, o mesmo não dá para dizer do elenco coadjuvante. 

    Filme visto no 5º Festival Internacional Cineramabc, em maio de 2015.

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