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    Últimas Conversas
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    Andréia M
    Andréia M

    18 seguidores 14 críticas Seguir usuário

    3,5
    Enviada em 31 de maio de 2015
    Me interessei pelo diretor Eduardo Coutinho desde o dia em que vi o filme Edifício Master. De lá para cá, sempre apostei nos filmes que tinham a sua assinatura. Com esse não foi diferente.
    Nesse filme, Eduardo Coutinho parece tentar tirar leite de pedra ao entrevistar adolescentes do ensino médio de escolas públicas do Rio de Janeiro. O esforço parece árduo, conforme já denotam as palavras do diretor nos primeiros minutos do filme.
    Ao final, ele nos brinda com a fala de uma garota de seis anos que em alguns momentos se mostra mas brilhante que o conjunto de adolescentes que foram entrevistados.
    Duas coisas nos marcam nas falas desses adolescentes: o papel inquestionável da mãe (e a correspondente ausência da figura paterna) na vida deles e os desejos e sonhos que essez adolescentes têm.
    O filme termina com as vozes de fundo do diretor e os integrantes de sua equipe dialogando. Esses sugerindo que ele fizesse o próximo filme com crianças, enquanto Eduarda Coutinho insistia em dizer que este seria o último. E, de fato e infelizmente, foi... Já que a morte nos levou esse brilhante diretor.
    Cid V
    Cid V

    161 seguidores 404 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 9 de julho de 2020
    Uma série de entrevistas realizadas com estudantes que estão concluindo o nível secundário de estudos é o tema desse que é um documentário póstumo de Coutinho, finalizado por João Moreira Salles.

    Mais em: https://magiadoreal.blogspot.com/2020/07/filme-do-dia-ultimas-conversas-2015.html
    Bruno Campos
    Bruno Campos

    568 seguidores 262 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 27 de fevereiro de 2016
    Último filme de Eduardo Coutinho – o melhor documentarista do Brasil em todos os tempos -, pouco antes de ser assassinado por seu filho. Inicia-se c/ uma entrevista c/ o próprio diretor, algo inédito em seus filmes anteriores. Partindo da premissa de ouvir adolescentes sobre o ENEM, Coutinho mais uma vez acerta em cheio em sensibilidade e humanidade. Como grand finale, uma criança dá um show falando sobre Deus. Saudades do grande mestre.
    Felipi V.
    Felipi V.

    9 seguidores 20 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 25 de maio de 2015
    Comparando com os trabalhos anteriores do documentarista Eduardo Coutinho (1933 – 2014), ‘Últimas Conversas’ (2015), na sua forma, se assemelha mais à ‘Jogo de Cena’ (2007), por passar dentro de um único ambiente estático, do que ao ‘Edifício Master’ (2002) ou ‘Cabra Marcado para Morrer’ de (1984), onde circulava-se por diferentes locais, ainda que no de 2002 fosse dentro de um único condomínio de apartamentos. Os documentários do cineasta paulista são dotados duma abordagem muito humanista e expressiva, sempre fizeram as pessoas falarem quase como numa sessão de terapia psicanalítica, com sua abordagem pautada por “conversas”. Para ele toda história de vida era válida e interessante, mesmo as que vinham acompanhadas de mentiras, só evitando entrevistar quem tinha alguma coisa a perder – políticos, ricos, famosos, entre outros. Sua maneira de documentar sempre tentou ao máximo não afetar o universo retratado, suas perguntas buscavam fazer com que os relatos fossem os mais espontâneos possíveis.
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    Neste documentário de 2015 ele entrevistou adolescentes do terceiro ano do Ensino Médio de escolas do Rio de Janeiro, selecionados por uma pré-entrevista, em vias de fazerem o ENEM, ingressarem numa universidade e no mundo “adulto”. E o resultado é muito realista e revelador, onde eles relatam seus dramas, aspirações de futuro e pensamentos sobre a vida e tudo o mais. O que vemos em tela é uma prova de como a sociedade contemporânea ainda é opressora e por vezes cruel, já na adolescência, mas que não consegue quebrar a esperança de quem anseia por “um lugar ao sol” e ainda tem um longo caminho pela frente. São de alguma forma um reflexo da nossa cultura, alguns são tímidos e reprimidos, outros espontâneos e voluntariosos, todos desajustados de certa maneira, procurando entender nossas organizações sociais e como atuar nelas. Difícil não reconhecer algum que se pareça com alguém muito próximo, um filho, um irmão, um vizinho, um primo, um aluno.
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    A maioria fala sobre o seu dia a dia, suas relações com a família, os amigos, os colegas e os namorados. Alguns tímidos e inseguros, outros autoconfiantes e que se soltam em poucos minutos numa ânsia de se expressar, típica da idade. Vários são negros ou mestiços, relatam os abusos sofridos na escola ou em casa, seja físico ou até mesmo sexual. Quase todos sofreram algum tipo de “bullying” no colégio, um abandonou a sala de aula e depois retornou, outra mora com o namorado, pois a mãe mudou-se para um estado distante, deixando uma saudade e um “vazio” familiar. Entre os afrodescendentes há os que são a favor de cotas raciais e também os contrários. Enfim um pequeno universo que reflete nossa sociedade quase como um todo.
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    A câmera de ‘Últimas Conversas’ é intrusiva, os enquadramentos colocam os rostos no detalhe, não escapa nem um sorriso, nenhuma lágrima. Vemos todos os sentimentos refletidos nas expressões, de forma a nos sentirmos muitas vezes invadindo suas privacidades. Sabemos que os jovens e seus responsáveis autorizaram as filmagens, mas será que eles e os pais tem a noção de o quanto se expuseram e das mudanças que vão passar ao assistirem-se em tela? Provavelmente não sabiam e menos ainda podia-se prever o impacto que as imagens tem sobre nós espectadores, ainda mais desavisados. O cenário relembra um ambiente escolar, nos transportando de volta aos nossos tempos de colegiais. A nostalgia e a identificação são inevitáveis.
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    No início do filme a primeira pessoa a sentar na cadeira é o próprio documentarista, que dirigiu a obra, onde desabafou: "Perdi momentaneamente ou para sempre a ligação com o mundo que eu um dia já tive. Daí, é o fim". Mas em seguida afirmou também: “O que eu vou fazer se não filmo? Se não filmo, estou morto! ”. Logo depois expressou a preferência por ter entrevistado crianças, pois elas sim são originais, pois ainda não estão afetadas pelo cinismo social. No fim seu desejo é satisfeito, ele entrevista uma menininha, que termina a obra falando sobre seu cotidiano, sua família e até religião. Quando perguntado a ela sobre o que pensa acerca de Deus, responde: “É um homem que já morreu”, deixando mais certo para Coutinho, que ele devia mesmo ter entrevistado apenas crianças. E nós também nos convencemos, pois é emocionante o contraste em tela, do diálogo entre um octogenário e uma criança que ainda não tem nem oito anos.
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    Para quem nunca assistiu algum documentário do diretor e não está acostumado com produções deste gênero, feitas inteiramente de conversas, pode achar estranho no início e ao assistir dois ou três, caia no erro de pensar que são todos muito iguais e monótonos. Mas os perseverantes serão recompensados, pois em algum momento de sua vida, você vai se reconhecer nas pessoas entrevistadas e provavelmente no futuro, em idade mais madura, encontrar-se-á representado por várias delas. E é nessa uniformidade de sua obra que Coutinho se destacou, pois cada um de seus longas inova em características muito sutis, que só alguém com um olhar social crítico e apurado conseguiria. Ninguém pode se dizer conhecedor do cinema brasileiro e mundial, sem entender a obra deste cineasta.
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    Já num de seus primeiros trabalhos, o já citado ‘Cabra Marcado para Morrer’ ele chamava atenção ao nos apresentar uma reportagem documental sobre a vida do líder camponês João Pedro Teixeira, que fora assassinado. O trabalho chegou a ser interrompido, por dificuldades de continuá-lo, mas foi retomado dezessete anos depois, acompanhando a família do militante rural. Anos mais tarde superou-se com ‘Edifício Master’, ao passar três meses convivendo e filmando moradores de um prédio de classe média carioca. No condomínio de mais de 500 habitantes, arrecadou relatos de como as pessoas se agrupam nos grandes centros, mas mesmo assim, continuam cada vez mais solitárias e distantes emocionalmente dos seus próximos. Com ‘Jogo de Cena’ inovou mais uma vez ao juntar depoimentos de mulheres desconhecidas e atrizes famosas, que contavam suas histórias sem revelar se eram verdadeiras, se são as suas próprias, ou se interpretavam, deixando que o espectador decidisse de acordo com seu julgamento.
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    Eduardo Coutinho não fará um próximo documentário, somente com crianças ou com pessoas de quaisquer idades, pois não rodará mais nenhum filme. Infelizmente foi tragicamente assassinado no início de 2014 pelo filho esquizofrênico, que também esfaqueou a mãe, que felizmente sobreviveu. ‘Últimas Conversas’ é uma espécie de filme-testamento, finalizado por João Moreira Salles, montado por Jordana Berg, ambos seus discípulos e lançado postumamente. Seu trabalho derradeiro abriu a mostra do festival brasileiro de documentários, É Tudo Verdade, com exibição em várias cidades. Deixa uma obra prestigiada, como um dos cineastas mais reconhecidos do gênero do Brasil e no mundo. Nosso cinema ficará de luto por anos, mas seu trabalho ainda será descoberto e influenciará gerações.
    Paulo P.
    Paulo P.

    2 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 1 de agosto de 2016
    Em Últimas Conversas, o trabalho de Coutinho uma última vez resulta lindo e complexo sobre cenários e coisas aparentemente simples. Mas como tributo à arte da conversação do mestre, essa obra revela ainda mais o processo de construção. Muitas falas dele, suas desconfianças quanto a obra em meio a empatia e cuidado quase paternal com os jovens.
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