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    Ouija - Origem Do Mal
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Ouija - Origem Do Mal

    Os espantos de sempre

    por Lucas Salgado

    "Versão para os cinemas do 'jogo do copo', Ouija é apenas mais um terror adolescente. O filme não oferece nada de novo, contando com cenas bobas, personagens má desenvolvidos e com uma resolução pouco satisfatória"; "O longa (...) é pouco original e nada envolvente. Consegue produzir algumas poucas cenas de susto, mas vai ser difícil que alguém tenha realmente medo ao assistir a produção"; "Não é um filme que ofenda a inteligência do espectador, mas que também oferece pouca margem pra gerar sensações positivas. Tudo é muito simples e mal executado"; "No mais, valem todos os clichês do terror. Você sabe exatamente a ordem dos personagens afetados pelos 'vilões' da história. Também sabe qual vai ser o final e até imagina qual vai ser a deixa para uma eventual continuação."

    Os trechos acima foram retirados de minha crítica de Ouija - O Jogo dos Espíritos, lançado em 2014. Mas por quê reproduzir parte do texto? Porque o mesmo filme está para chegar aos cinemas: Ouija - Origem do Mal.

    A história se passa na década de 80, anos antes do filme anterior. O elenco e a equipe técnica é completamente diferente, mas o resultado é o mesmo: uma obra rasa, pouco assustadora e muito convencional. Os truques de sempre, os sustos de sempre e as crianças assustadas de sempre. E aí não estamos falando apenas da franquia Ouija, mas de uma série de produções que insistem em repetir a fórmula casa assustadora + espíritos atormentados + criança inocente.

    Após perder o marido, Alice (Elizabeth Reaser) começa a ganhar a vida como vidente. Ela aplica pequenos golpes nas pessoas e envolve as duas filhas mais novas, a adolescente Lina (Annalise Basso) e a criança Doris (Lulu Wilson), nos truques. Ela nega estar enganando as pessoas, apenas busca dar aos clientes a sensação de "fechamento" de suas eventuais relações com pessoas que já faleceram.

    Tentando aprimorar suas técnicas, Alice compra um tabuleiro de Ouija. O instrumento, no entanto, acaba chamando a atenção de Doris, desesperada para falar com o pai. A menina acaba demonstrando possuir o dom que a mãe fingia ter e a família passa a conviver com seções de conversas conduzidas por Doris.

    O espectador, é claro, já sabe que algo de errado está para acontecer. Também, o que de bom poderia sair de colocar a filha de nove anos para conversar com espíritos. A mãe, no entanto, não vê problema. Apenas Lina demonstra ter real noção dos riscos. Neste sentido, é difícil se envolver com a história. Como torcer por personagens de erram tanto? Como se identificar com a pior mãe da história do cinema (ou a menos esperta)?

    É tudo tão absurdo que o filme perde toda e qualquer verossimilhança. Ah, mas há de se falar em verossimilhança em um longa sobre o "jogo do copo"? É claro que não do ponto de vista do sobrenatural, mas com relação à conduta humana dos personagens, há de se esperar algo mais inteligente e realista sim.

    Com efeitos mal desenvolvidos e uma maquiagem pouco convincente, Ouija conta com alguns elementos interessantes de mise-en-scène, como o uso de cores - especialmente o azul e o vermelho -, que está presente não apenas nos figurinos, mas também nos cenários e na iluminação. Há um trabalho pensado pelo diretor Mike Flanagan. Mas é muito pouco para salvar o filme.

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