Assassino Sem Rastro, apesar da premissa interessante, falha em sua execução ao deixar de lado conteúdo que aumente a empatia pelo protagonista. Por quase duas horas, acompanhamos Alex, mas não entendemos sua moralidade, ocasionando no questionamento se Alex realmente é o protagonista e, não, Vincent Sierra.
Essa falha de execução acontece pela maneira como o filme conta sua história. As cenas com Alex são sempre frenéticas, cenas recheadas de ação, sem muita exposição sobre seu passado e o que levou ele, um assassino de aluguel, a rever seus conceitos. Essa exposição acontece por Sierra em forma de diálogo, tão desconexo quanto a conexão entre Alex e Sierra.
De fato, essa conexão também não é explorada corretamente. Sierra, também com seus traumas pessoais, interconecta-se com Alex por Bianca, mas esse co-op é leve, desarranjado.
Fora essas falhas, o filme é aceitável. A premissa interessante o suficiente para nos manter atentos, muito por conta de Pierce e Neeson, carismáticos o bastante em seus papéis. E quem não gosta de uma boa trama de conspiração próxima da fronteira?
Por falar em trama de conspiração, outra falha: o filme nem captura tão bem a conspiração, suas raízes e os envolvidos. No final da história, a sensação é de que os corruptores são apenas uma organização menor com dinheiro, nada tão enraizado quanto o material-fonte sugere.
Assassino Sem Rastro é aceitável, diverte, mas longe de ser um espetáculo. Bom filme de domingo, passatempo.