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    Uma Dobra no Tempo
    Críticas AdoroCinema
    1,5
    Ruim
    Uma Dobra no Tempo

    Flor de plástico

    por Taiani Mendes

    Adaptação de clássico da literatura infantojuvenil estadunidense publicado há quase 60 anos por Madeleine L'EngleUma Dobra no Tempo tem o necessário para compor uma atrativa fantasia: batalha do bem contra o mal, valorização do amor, viagem ao desconhecido, seres estranhos e misteriosos, protagonista bem definida, mensagem bonita e importante. Podendo ser caracterizada também como ficção científica, a história acompanha Meg (Storm Reid, eficaz), que graças aos “contatos” do irmão prodígio vê-se em uma aventura interplanetária à procura do pai (Chris Pine), cientista desaparecido há quatro anos.

    Pela direção de Ava DuVernay (Selma) a saga ganha valorosas questões raciais e desde a escalação do elenco grita “empoderamento feminino”. Meg, o irmão caçula e o colega creepy Calvin (Levi Miller) são guiados na busca pelas poderosas defensoras do bem Sra. Qual, Sra. Quequeé e Sra. Quem, interpretadas respectivamente por OprahReese Witherspoon e Mindy Kaling, três das mais influentes mulheres da TV americana.

    Revelada como primeira mulher da equipe de roteiristas de The Office, a descendente de indianos Mindy vive não por acaso a “feiticeira” letrada que só se comunica por citações; Reese, produtora e estrela de Big Little Lies, obra-prima do white people problems, interpreta a agitada e novata figura mágica que não coloca fé alguma em Meg; e Oprah é a líder do grupo, a mais forte das entidades, a “sabe tudo”, maior que as demais inclusive graças a proporções bizarras. Sua grandeza, no entanto, extrapola na autoreferência e impede que o público deixe a realidade, pois é vista na tela Oprah mais endeusada do que nunca, jamais a Sra. Qual.

    Gugu Mbatha-Raw aparece pouco como a mãe também cientista, Zach GalifianakisMichael PeñaAndré Holland participam, e David Oyelowo dá voz ao vilão Aquilo - "The It" no original, mas infelizmente nada a ver com Pennywise. O destaque absoluto do elenco, porém, fica por conta do pequeno Deric McCabe, incrível como o caçula Charles Wallace, até o momento em que o roteiro de Jennifer Lee (Frozen) e Jeff Stockwell (Ponte Para Terabítia) decide estragar completamente o carismático personagem salvador de cenas.

    Os cartazes prometiam um deslumbrante colorido, mas em verdade não se pode chamar o insosso Uma Dobra no Tempo de impressionante sequer neste ponto. Sem dúvidas muito foi investido em maquiagem, talvez mais do que em efeitos visuais, que estranhamente mostram-se bastante limitados. Sob efeito de entorpecentes tudo deve ficar mais vibrante, as falhas menos grosseiras, as imersões nos cenários mais intensas e quem sabe até a viagem na couve voadora faça algum sentido.

    É mais simples aceitar o conceito do tesseract, uma espécie de pulo no espaço-tempo, e o verbo “tesserar” do que entender a escolha de Ava pelo rodízio de ângulos de câmera vazios de significado. Se há algo em que o longa-metragem acerta, no entanto, é na protagonista desconfiada, insegura, vítima de bullying, brilhante e nada corajosa, cuja transformação é narrada seguindo à risca os ditames da jornada do herói. O marcante trecho em que a garota em processo de aceitação é confrontada pela aparência que gostaria de ter, com cabelos alisados, é quando a cineasta honra sua fama de forma mais pungente.

    É uma pena que Meg tenha o filme inteiro um contrapeso chamado Calvin, robô adolescente da série “padrão” que transpira autoconfiança, apesar do drama raso em casa, e foi programado para conquistar a mocinha repetindo elogios ao seu cabelo – a cada fala dessa a apreensão me dominava temendo a hora que ele ia pedir para tocar. A dupla não funciona e é responsável por uma das passagens mais piegas da trama, um surreal pacto de confiança estabelecido em Camazotz, a terra do mal em há a sequência mais bela em termos de solução imagética e o pior da história acontece, atingindo o ridículo.

    Sem sucesso em provocar qualquer emoção, emulando as Mulheres Perfeitas de certa cena, Uma Dobra no Tempo é uma fantasia fria e terrivelmente roteirizada em que Ava DuVernay exerce sua determinante influência como mulher negra, mas não demonstra excelência como diretora.

    Contando com quatro genéricos clipes musicais nada disfarçados no decorrer de seus 110 minutos (mal divididos entre os eventos), o filme da Disney, que tem Sade, Kehlani, Sia, DJ Khaled e Demi Lovato na boa trilha sonora, está fadado a ser lembrado meramente por ter sido o primeiro dirigido por uma mulher negra com orçamento acima dos US$ 100 milhões, um marco histórico cuja importância é tão gigante quanto a ruindade do ato final e as aparições de Oprah.

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    Comentários

    • Mario Galvão
      Achei o filme SENSACIONAL! Minha filha de 12 anos também amou. Mensagem maravilhosa sobre amor incondicional e família. Já assistimos 3 vezes... Recomendo! <3
    • Emilio J
      Vcs estão equivocados!! Pelo amor de Deus!!Qto desconhecimento sobre Mecanica Quântica, tanto por parte da crítica, como pelos que comentam aqui.. O amor incondicional é exatamente a msg do filme, mostrando que os pensamentos transformam a realidade, que o amor é o único modo de vencer e manter as pessoas unidas, que os mensageiros da bondade como Gandhi e Mandela são pessoas que disseminaram a incondicionalidade do amor, tal como Jesus, pra que se entenda a essência da vida, o propósito do ser humano como co-criador, portanto, dando um sentido pra que se entenda a lei de causa e efeito; pra que vc trate com amor o seu semelhante; que todos serão testados, em todos os passos que derem, pra assim se reconhecer o egoísmo ou a vaidade... varios textos do filme revelam sutilmente a Mecanica Quântica no trato... como: “O mal está se espalhando no mundo.. temos que pará-lo” ... outra: “ vc deveria tê-los orientado..- estou tentando, mas são humanos, muito limitados”... sem contar as viárias mudanças nos mundos e lugares, tudo se materializando através do livre arbítrio...Sinceramente, isso é muito triste! pode-se admitir pela ignorância sobre o assunto, Entretanto, infelizmente para os incautos,O mais lamentável é não reconhecer a mensagem principal que é a decisão pelo amor incondicional que harmonizou o entorno, na vida dos personagens.. p favor, Assistam Hélio Couto só pra se dar a chance de colocar-se no caminho... temos muita coisa para aprender sobre “ser a centelha Divina.”
    • Natalia B.
      esse filme é muito ruim, poxa, que horrível, não consegui ver em sequencia de tempo normal, tive que ir adiantando para engolir o filme e nada salvou.
    • Laurel
      Arrisquei ver este filme, e foi mais de uma hora da minha vida que não dá para recuperar. Eu já vi filmes ruins e tem alguns que são tão ruins que chegam a ser bons, mas Uma Dobra No Tempo não foi este caso é o exemplo de que nem sempre a Disney acerta. A história não faz sentido algum. Literalmente nenhum sentido. Parece uma viagem psicodélica causada por drogas estragadas. A mensagem padrão da Disney de que o amor salva e derrota a escuridão nem mesmo neste filme foi capaz de ser engolida. Foi forçada, e sem graça. Não vi conexão alguma entre os irmãos, o suposto interesse amoroso da protagonista é tão expressivo quanto um boneco Ken, a protagonista então, pobrezinha, ela tentou, mas no fim o filme foi levado praticamente pelo irmão mais novo dela possuído pelo mal. Havia uma constelação no elenco que, se você não os conhecesse, pensaria que eram dignos do Framboesa de Ouro de pior atuação. Tudo neste filme é raso, sem nexo e mal explicado. É a adaptação de um livro de 60 anos atrás, teria que ter no mínimo um leve sentido, teria que ser interessante, algo que nos incentive a ler o livro para conhecer mais da história e nem isto acontece. Foi o dinheiro mais mal investido que a Disney pôde gastar.
    • Stk
      Que filme merda. Perda de tempo. parece um baile de carnaval. História rasa, as coisas acontecem sem sentido.
    • Liria A
      Ruim é uma palavra que ainda agrega certo valor de elogio ao longa. Péssimo cabe-lhe melhor. Foi medonho ter colocado a estória na condução de uma criança de seis anos, Charles Wallace, nome esse que deve ter sido repetido, no mínimo, umas 500 vezes pela Meg, junto aquela figura emblemática de adolescente 'High School'. Nenhum dos atores soube dar vida a seus personagens, por isso nem vou criticar a Oprah individualmente. Até a Reese saiu abaixo daquilo que pode oferecer. O enredo também dificultou, e muito, a tarefa dos intérpretes: extremamente 'no sense', culminando com efeitos visuais que passam longe do orçamento despendido. Faltou tudo em todas as partes. Espero melhor sorte da diretora nos próximos filmes, porque 'Uma dobra no tempo' foi um tremendo fiasco.
    • Marcello S
      O filme me fez chorar, chorar de raiva. Um dos piores filmes que já vi, muito, muito, muito ruim, nada se aproveita.
    • Maria C
      O filme é chatinho, mas continuo assistindo. Quem sabe melhora... Gosto de filmes que as pessoas voam e esse voo dessa criatura foi muito bonito.
    • Angelina P
      Eu achei o filme excelente, pela mensagem que passa!Tem todo um contexto por trás e um significado bem legal!
    • Jad Bal Ja
      Quem lacra, não lucra...
    • Eva Andrião
      Concordo totalmente com a crítica. O filme é ruim, ruim mesmo.
    • Paulo Victor Cardoso
      ridiculo, piegas , a cada fala dessa a apreensão me dominava temendo a hora que ele ia pedir para tocar ...EU TE AMO TAIANE MENDES!!
    • clarissa galano
      para os criticos a mensagem do filme é uma só,e obvio quem nao entende me MC nunca vai achar o filme bom....parabens pela adaptaçao do livro
    • Tim Meme
      Uma perda no tempo.
    • Ricardo Fortes
      Concordo com a crítica, muito fraco, o garotinho até que salvava alguma coisa, mas no ato final, até isso foi estragado.
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