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    O Plano de Maggie
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    O Plano de Maggie

    Um papel que se repete

    por Lucas Salgado

    Neurótica, fofa, bonita, independente e instável. São alguns adjetivos que podem descrever não só a atriz Greta Gerwig como quase todas as suas personagens mais recentes em obras como Frances Ha e Mistress America. Ainda que repetitiva, a atriz acaba cativando sempre que pode o espectador. Seria uma ótima protagonista de um filme de Woody Allen, afinal é quase seu alter ego de saias. Curiosamente, a atriz chegou a trabalhar com o diretor, mas em um papel discreto em Para Roma Com Amor.

    Conhecida pelos trabalhos em O Mundo de Jack e Rose e A Vida Íntima de Pippa Lee, a diretora Rebecca Miller busca invocar justamente a Greta de Frances Ha, uma mulher cativante, de voz própria e muita personalidade. A personagem até funciona, mas o mesmo não pode ser dito do roteiro do filme.

    Gerwig vive Maggie Harden, uma jovem de Nova York que trabalha no departamento de artes de uma universidade, ajudando os alunos a transformarem sua arte em um negócio. Ela é independente e acaba de decidir ter um filho por conta própria, já iniciando a busca por um doador.

    Ao mesmo tempo, conhece um John (Ethan Hawke), um charmoso professor e autor que planeja escrever seu primeiro livro de ficção. Instável, ele vive um desgastado casamento com uma cultuada autora, Georgette (Julianne Moore). O que era pra ser uma amizade acaba se transformando numa história de amor, com Maggie e John passando a viver juntos.

    Com isso, o plano inicial de Maggie de criar uma criança sozinha é abalado, mas diante da nova realidade, a jovem irá arquitetar outro plano para sua família. A trama é simples, com algumas idas e vindas, sendo que nem todas funcionam. O principal mérito está mesmo no elenco. Hawke faz aquele tipo meio culto, meio perdido, não muito diferente de seus personagens marcantes em Antes do AmanhecerBoyhood - Da Infância à Juventude. Moore também se sai bem na pele de uma mulher independente, mas com muita paixão.

    Bill Hader, Maya RudolphTravis Fimmel completam o time principal e acabam funcionando como o lado mais cômico do longa. Os dois primeiros formam um casal de amigos de Maggie, enquanto que o ator de Vikings interpreta o potencial doador de esperma para a protagonista. 

    Maggie's Plan (no original) é leve e funciona quando pretende ser apenas uma comédia romântica. O problema é que ele também quer ser um drama e escorrega feio neste elemento. Não irá ofender ninguém, mas tampouco ficará marcado na cabeça do espectador.

    Filme visto na 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro de 2016.

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