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    De Cabeça Erguida
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    Carlos F.
    Carlos F.

    1 crítica Seguir usuário

    3,0
    Enviada em 22 de setembro de 2015
    Bonzinho. Prende a atenção até o fim, mas sem grandes emoções. Vale pela incrível interpretação do garoto.
    João Carlos Correia
    João Carlos Correia

    17 seguidores 60 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 4 de janeiro de 2018
    O “angry young man” (“jovem raivoso”, em inglês) é um tema bastante recorrente no cinema. Filmes como Juventude Transviada, Sementes da Violência, Warriors – Os Selvagens da Noite, Colors – As Cores da Violência, Kids, entre outros mostram essa ira jovem geralmente ligada a uma vida atribulada e/ ou na marginalidade. O filme francês De Cabeça Erguida segue essa tradicional linha cinematográfica.
    De Cabeça Erguida conta a história do jovem Malony (o estreante Rod Paradot) que, desde a mais os seis anos de idade, está envolvido em furtos e, posteriormente, agressões. Sua mãe, Séverine (Sara Forestier, de Perfume: A História de Um Assassino), é uma drogada e uma relapsa, que não cuida de seus filhos como se deve – apesar de amá-los verdadeiramente. A juíza Florence Blaque (Catherine Deneuve, de Indochina) procura orientá-lo e colocá-lo no bom caminho toda vez que o rapaz aparece no tribunal.
    Yann (Benoît Maginel, de A Professora de Piano) é um ex-jovem marginal que é indicado como tutor para Malony pela juíza Blaque. Malony é enviado para uma instituição no interior e lá conhece Tess (a também iniciante Diane Rouxel), filha de uma funcionária por quem se apaixona e começa a se relacionar. O rapaz tenta adaptar-se a uma vida normal, mas sua difícil personalidade continua a lhe trazer problemas até finalmente ser enviado para uma prisão para jovens infratores.
    Para surpresa de muitos, De Cabeça Erguida foi indicado para ser o filme de abertura do Festival de Cannes deste ano, ao invés de uma habitual grande produção. Entretanto, ao se assistir o filme, percebe-se que foi uma decisão acertada, visto ser uma produção bem acima da média ainda que lidando com um tema que desperta a atenção de poucos: o serviço público e o sistema judicial francês. Mesmo quem não é de algum desses ramos de trabalho acompanha com interesse o desenrolar da história.
    Alguém pode dizer que as prisões francesas não se comparam com o verdadeiro inferno que são as prisões brasileiras – tanto para adultos como para jovens. Ainda que isso seja verdade, diz o velho ditado: “Mesmo sendo feita de ouro, uma gaiola é sempre uma gaiola”. Chama a atenção que, apesar de Malony cometer atos cada vez mais graves, o sistema local sempre tenta reabilitá-lo de algum modo e o trata como um ser humano. Para muitos brasileiros isso pode parecer algo utópico, principalmente para aqueles que acham que “bandido bom é bandido morto”, independente da idade.
    A diretora e atriz Emmanuelle Bercot (de Ela Vai e vencedora do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes de 2015 por Mon Roi), que também é a autora do roteiro juntamente com Marcia Romano (de Pelo Amor de Deus!), optou por uma direção inquieta em estilo documental, o que dá um tom bastante realista ao filme e sua direção de atores mostrou-se excepcional que levou a interpretações igualmente excepcionais. A fotografia de Guillaume Schiffman (de O Artista) é muito boa ao mostrar as belas paisagens do interior da França e o triste ambiente da prisão.
    Entretanto, o ponto forte é o seu elenco que, como já foi dito, tem atuações excepcionais, a começar pela coadjuvante Sara Forestier, vencedora do Prêmio César (o Oscar francês) de Melhor Atriz de 2011, que está bastante convincente como a mãe desmiolada e viciada em drogas de Malony, a ponto de muitos quererem dar uns safanões nela por não cuidar dos filhos direito.
    A personagem de Diane Rouxel, Tess, faz o estilo “tomboy”, que pratica savate (uma luta semelhante ao full contact e que também é conhecida como “boxe francês”), um corte de cabelo bastante curto, que lhe dá um aspecto masculino e que a deixa muito parecida com Malony que, apesar da diferença de sexo e da inevitável atração física, a vê como uma igual, um reflexo no espelho. Porém, como é sabido, o espelho reflete ao contrário: ao invés da brutalidade, a delicadeza; educação no lugar da falta dela; o amor suplantando a raiva.
    É preciso dizer que, contrário do que se pensa, meninas “tomboy” não são, obrigatoriamente, lésbicas. Embora algumas, de fato, sejam, isso não é regra. No Brasil, o termo equivalente a “tomboy” é “Maria rapaz”, isto é, uma menina criada como um menino (algo ainda muito comum no interior do nosso país) e isso não interfere, necessariamente, em sua orientação sexual.
    Benoît Maginel dá a seu personagem, Yann, uma sensibilidade inesperada no tipo de seu personagem, um ex-delinquente. Yann vê em Malony ninguém menos que a si mesmo em sua juventude. É comovente ver o sentimento de impotência de Yann diante da imprevisibilidade e da raiva incontida de seu tutelado. Essa performance surpreendente valeu a Maginel o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cabourg (França) deste ano.
    Aos 72 anos, Catherine Deneuve continua linda e, como os melhores vinhos franceses, suas atuações melhoram com o passar do tempo. Sua performance como juíza de menores vai desde um amor maternal para com os jovens a quem tenta ajudar até uma atitude firme quando é necessário como, por exemplo, na cena no tribunal da sentença de Malony, que o leva à prisão. Mesmo tendo uma aparência dura nessa decisão tão difícil, ainda assim podemos perceber como ela sofre por dentro por mandar o “seu” menino para trás das grades.
    O novato Rod Paradot é uma grande e agradável surpresa. Há muito tempo, mas muito tempo mesmo, não se via um “angry young man” como ele: uma raiva incontrolável, sempre em pé de guerra com o mundo; a dificuldade em se relacionar com as pessoas, incluindo a garota que ama; o desprezo pela sociedade e suas instituições – mesmo que algumas tenham a vontade sincera de ajudá-lo. A cada erro cometido sua situação piora, mas, ainda assim, a plateia torce por ele, até mesmo quando ele vai para a prisão. Sua atuação lhe valeu o prêmio de Revelação Masculina no Festival de Cabourg deste ano. Se sua carreira for bem trabalhada, poderá ser o grande ator francês dos próximos anos.
    Apesar de algumas cenas serem repetitivas (como nas idas de Malony ao gabinete da juíza), o público pode ir ao cinema assistir De Cabeça Erguida com a certeza que irá ver um filme muito bom. E mais do que isso: um filme importante, pois, em uma época na qual se discute a redução da maioridade penal em nosso país, com ardentes defensores de ambos os lados da questão, este filme irá levar a uma reflexão mais do que necessária.
    PauloAC
    PauloAC

    3 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 14 de junho de 2015
    Inevitável não lembrar de Les 400 Coups, abordando uma temática que parece ainda mais atual, qual seja, a delinquência juvenil. Um filme sobre o ser humano, antropologicamente falando, e também sobre o descontrole, a existência, o (ou a falta de) sentido, as possibilidades e alternativas do que pode ser ou vir a ser a vida.
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