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Kamila A.
7.064 seguidores
779 críticas
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3,0
Enviada em 11 de fevereiro de 2018
99 Casas, filme dirigido e co-escrito por Ramin Bahrani, se passa durante a última grande crise econômica pela qual os Estados Unidos passaram, devido à concessão desenfreada de créditos imobiliários – inclusive para pessoas com péssimo histórico de pagamento ou sem qualquer tipo de renda fixa (assunto que foi abordado anteriormente, pelo cinema, no filme A Grande Aposta). Em consequência disso, pessoas como o agente imobiliário Rick Carver (Michael Shannon) ficaram ricos, por meio do trabalho em ações de despejo contra as famílias que não tinham como honrar o pagamento de suas hipotecas.
Uma das vítimas de Carver foi Dennis Nash (Andrew Garfield), que foi obrigado a ver sua mãe (Laura Dern) e filho (Noah Lomax) serem despejados da casa onde a família morava. Desesperado para resolver a situação de sua família e sem qualquer possibilidade de arrumar um novo emprego (afinal, o país estava passando por uma crise severa), Dennis começa a trabalhar para Carver, infligindo a outras famílias o mesmo sofrimento pelo qual ele passou
Apesar de se apoiar no acompanhamento da transição entre a motivação de Dennis ao decidir trabalhar para Carver e a iminência da crise de consciência pela qual a personagem passará, ao se ver repetindo tudo aquilo que ele mais criticava, o grande destaque de 99 Casas acaba sendo a excelente atuação de Michael Shannon como Rick Carver, personagem que representa bem toda a ganância e arrogância daqueles que foram os responsáveis diretos por um sistema fraudulento e irresponsável que deixou milhares de pessoas (idosas, pais de família, crianças) totalmente sem teto naquele período.
Escancara a frieza dos bancos e das pessoas envolvidas com eles; A força que o tema traz - dramas sérios sobre perda, são por vezes desperdiçados em cenas artificiais. A Grande Aposta, mesmo sendo bem mais técnico, tem mais impacto nesse aspecto. Mas a força de 99 Homes está na dramaticidade das situações retratadas, tudo reforçado pelas atuações intensas de Andrew Garfield e Michael Shannon. Principalmente de Shannon, mais assustadoramente magnético do que nunca. Ótimo!
Um filme realista e chocante dentro da realidade da quebra financeira de todos nos EUA, mostra a pressão capitalista sobre um povo que acredita no Estado.
Um bom exemplo de como algumas pessoas se deixam ir pela ilicitude depois de sofrerem injustos revezes na vida. Dramas de consciência. "Moral" duvidosa que espreme o personagem em seu senso ético.
Para entender o filme, o indivíduo deve ter uma noção sobre o mercado imobiliário americano, o filme traz a hipoteca, onde você financia uma casa com o banco e se não pagar o valor de financiamento sua casa pertencerá ao banco e isto fica bem claro na relação contratual. O filme mostra uma época do Estados unidos onde houve uma quebra do mercado imobiliário, que eram feitos financiamentos para pessoas que não teriam condições de pagar, muitas pessoas comprando sem ter dinheiro, isso trouxe a quebra do mercado. Esse filme não é sobre capitalismo malvado, mas sim de um estado que se mostrou ineficiente apoiando a ideia de compras de imóveis, em uma visão mais filosófica mostra bem a ideia do "homem sendo o lobo do homem" Michael Shannon traz uma atuação perfeita, ele não é mau, nem bom, ele faz o que deve ser feito, e tem partes onde ele mostra uma ideia um tanto quanto liberal, pois mesmo que você esteja produzindo, comprando e vendendo o estado vai tirar uma parte por que é o que ele sabe fazer, tomar posse. Uma ótima dica que o filme dá, não compre nada sem ter dinheiro em mãos sem ter a certeza que irá pagar.
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