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    Alvin e os Esquilos: Na Estrada
    Críticas AdoroCinema
    2,0
    Fraco
    Alvin e os Esquilos: Na Estrada

    Os esquilos voltaram

    por Francisco Russo

    Não se abandona uma franquia que rende, em média, US$ 300 milhões por filme. Se você é daqueles que (felizmente) prezam a qualidade em detrimento dos números, este conceito pouco significa. Entretanto, Hollywood não pensa assim. E é por isso que temos agora uma quarta aventura de Alvin, Simon e Theodore, os esquilos cantores que nasceram em uma série de TV lá nos anos 1960 e que, graças às maravilhas dos efeitos especiais, desde 2007 estrelam longas que mesclam animação e atores reais. Se o novo filme traz algo de novo? É claro que não! Mas isto realmente importa?

    Depende de que lado você está em relação à primeira frase deste texto. Para os produtores, repetir a receita de bolo é a fórmula mágica para manter uma franquia ativa e “vibrante” – trata-se do velho mantra do “não se mexe em time que está ganhando”. Já em relação ao púbico, a série Alvin e os Esquilos segue bem o estilo ame ou odeie. Se você curte a voz aguda dos pequenos roedores e as performances de sucessos da música pop, pode comprar seu ingresso sem dor na consciência. Já se não pertence a esta turma... só mesmo por obrigação ao acompanhar filho/sobrinho/primo/qualquer tipo de criança. E, mesmo assim, alertando com veemência.

    Nesta nova aventura, as confusões giram em torno do suposto casamento de Dave, o personagem eternamente com a barba por fazer interpretado por um preguiçoso Jason Lee. Como Alvin, Theodore e Simon temem serem abandonados após o tal casório, começam a arquitetar um plano para sabotar o noivado. Seu parceiro de crime é Miles (Josh Green), o bipolar filho da possível noiva, misto de vilão e amigo. Juntos, eles seguem em uma verdadeira road trip, percorrendo o interior dos Estados Unidos.

    Há algumas considerações importantes em relação a este novo filme. A primeira delas é em relação à insistência de Dave para que os jovens esquilos abandonem a vida de cantores para que tenham uma infância/adolescência normal. Por mais que a escola não faça parte do cenário – o assunto já foi abordado em Alvin e os Esquilos 2 -, tamanha preocupação fica em segundo plano diante da insistência de Alvin em se divertir a valer. Por mais que o filme simplesmente não exista sem as confusões dos esquilos, há um subtexto de privilegiar a diversão em detrimento da educação que merece um sinal de alerta ligado, especialmente aos pais. Outra questão relevante, e recorrente neste tipo de filme, é a exaltação do conceito de família. Por mais que os esquilos sejam arteiros, eles jamais se apresentam como revoltados ou contestadores em relação a Dave. Há entre eles uma união e respeito intrínsecos, por mais que o tutor muitas vezes não concorde com as travessuras dos pupilos.

    Uma mudança considerável em relação aos filmes anteriores da série é a troca de vilão: sai o produtor frustrado e afetado interpretado por David Cross, entra o agente aéreo traumatizado e exagerado interpretado por Tony Hale. Por mais que este novo inimigo seja um pouco mais agressivo, acaba não sendo tão diferente assim. Afinal de contas, o objetivo de ambos era exagerar (bastante) nas reações faciais e servir de escada para as confusões estreladas pelos pequenos, apenas isto.

    No mais, às recorrentes citações a outros filmes (O Iluminado, filmes de faroeste) são acrescentadas uma oportuna ambientação envolvendo o American Idol e a inusitada ponta do diretor John Waters, como um passageiro na primeira classe de um avião. As apresentações musicais estão lá, tanto de sucessos recentes como “Uptown Funk” e “Juicy Wiggle” – com direito ao cantor RedFoo como papagaio de pirata - até clássicos do porte de “All You Need is Love”, tudo com o grau de fofura típico de Alvin e seus irmãos. Se você ainda tem ânimo para ver tudo isto (de novo), boa sorte!

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