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    A Mansão Mágica
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    A Mansão Mágica

    Para crianças pequenas

    por Francisco Russo

    O sucesso de Avatar trouxe várias consequências para o mercado cinematográfico, especialmente em relação ao 3D. Além da possibilidade de usar legendas em filmes com os famosos óculos tridimensionais, foi a aventura situada em Pandora que fez com que a nova tecnologia, até então restrita às animações e a um ou outro filme, explodisse de vez.  Desde então tornou-se regra em Hollywood: todo e qualquer filme de ação precisa ser lançado em 3D, independente da necessidade do efeito, já que sua simples presença garante o preço mais caro do ingresso. Por outro lado, começaram a pipocar filmes cujo motivo da existência era justamente o efeito 3D. A Mansão Mágica é um deles.

    Bastante curto, com apenas 85 minutos de duração, A Mansão Mágica se vale do velho e bom truque de jogar objetos na tela para divertir o espectador na poltrona. Funciona, especialmente para as crianças pequenas, alvo maior do longa-metragem. A história gira em torno de um jovem gato, abandonado na rua pelos donos anteriores. Sem ter para onde ir, acaba indo parar numa mansão sombria cujo dono é o mágico Leonardo, boa-praça que mantém vários animais e robôs animados ao seu redor. Um ambiente que, de certa forma, lembra o exibido em Toy Story, já que todos os “filhotes” possuem vida própria e interagem entre si.

    A diversidade da fauna presente na mansão é um dos atrativos do longa-metragem, por mais que certos personagens sejam bem estereotipados, caso do coelho Zeca e até do gato Trovão. O destaque maior fica por conta do pequeno LED, que conta com um traço bem humorado e criativo, lembrando bastante o Lampadinha do professor Pardal. São eles que, em vários momentos, sustentam o filme através de situações claramente voltadas para o público infantil, envolvendo trapalhadas e dancinhas. Outro artifício bastante empregado é o uso de cenas em primeira pessoa, reprisando a ambientação de um videogame, de forma que o 3D mais uma vez seja aproveitado através de quedas ou obstáculos enfrentados.

    Se conceitualmente o filme foi pensado para capturar a atenção dos menores, os pais (e acompanhantes) também têm com o que se distrair. Há no decorrer do longa-metragem um punhado de citações a ícones da cultura pop, como a máscara do fantasma da ópera e o visual de Audrey Hepburn, que chamam a atenção. A trama traz ainda um subtexto envolvendo a exploração capitalista da tal mansão do título, colocada à venda por um sobrinho ganancioso, que serve ainda de lição de moral aos pequenos (“juntos venceremos”, “o dinheiro não é tudo”, etc). Outro detalhe, este envolvendo a dublagem nacional, é o uso de várias gírias locais, que aproximam o exibido na tela com a nossa realidade.

    A Mansão Mágica está longe de ser um grande filme, mas cumpre bem seu objetivo de ser uma diversão leve e sem grandes compromissos, para ser vista também sem grandes exigências. Agrada as crianças sem desagradar os adultos, o que já é uma grande conquista. Um filme que tem boas chances de, no futuro, ser exibido a exaustão na Sessão da Tarde.

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