O Mensageiro: Críticas

Boa atuação do Jeremy Renner, porém o filme deixa bastante a desejar. A trama demora muito para começar a se desenrolar e possui um fim bastante previsível. O único fator de ter considerado o filme "bom", foi por se basear em fatos reais, o que acaba deixando a história interessante. Discípulo de Sérgio Sarmento.

Até então sem uma reputação notória, o jornalista Gary Webb (Jeremy Renner) descobre, ocasionalmente, fortes ligações da CIA com facilitações para o tráfico de drogas em território americano. Decidindo seguir adiante na delicada investigação e com apoio dos editores do pequeno jornal San Jose Mercury News, Webb incomoda grandes figuras do alto escalão da agência governamental, incluindo políticos e pessoas influentes, acarretando pressões que colocam o profissional diante de contestações públicas sobre a veracidade de suas informações.

Baseado em fatos reais, O MENSAGEIRO é uma típica produção que relata ocorrências acerca de decisões políticas do governo americano que são plenamente contestáveis quanto a sua eficácia popular. O jornalista Gary Webb foi corajoso ao cutucar um vespeiro que culminou em um escândalo político envolvendo a CIA e o grupo liberalista nicaraguense Contra, gerando inclusive consequências implacáveis, tanto para sua vida pessoal quanto profissional.

Renner segura a responsabilidade do papel de forma competente, colocando certa versatilidade no personagem e mostrando-o como um civil comum que ama seu trabalho e a família. A história pode seguir de forma lenta e ganhar ritmo para o protagonista na segunda metade, mas jamais desmerecendo o devido mérito do filme comandado por Michael Cuesta. É um longa político inteligente e realista, construindo sua história para deixar o expectador surpreso com certos "poderes" e do que são capazes em prol de interesses próprios, com incursões de imagens e vídeos da época e como a imprensa reagiu a tudo, positiva ou negativamente.

Parecia ser mais desafiador pela sinopse,não que seja ruim,mas é que Gary é tão,mas tão teimoso que você quer abrir os olhos dele,mas daí percebe que é um filme e não pode fazer nada.
E dá mais raiva ainda quando lembra que é baseado em fatos reais e que por mais que as pessoas o alertassem,o cara é tão cabeça dura que não dá ouvidos a elas.
Final bem sem graça e sem emoção.
É como dizem por aí: cuidado onde você se mete.

Jeremy Renner está muito bem no papel de um Jornalista que por acaso descobre um dos maiores furos de reportagens do Governo Americano , gostei muito do filme apesar de que no primeiro momento , as descobertas são de uma certa forma não muito complicadas. O filme mostra essa ascensão e queda no que parece ser um dos maiores escândalos do governo.

Este é o melhor filme sobre jornalismo que existe! Ao contrário de 99,9% dos filmes que tratam do assunto, aqui a profissão de jornalista não é glamourizada. Na verdade, na engrenagem do jornalismo o jornalista é uma figura "menor" e pode ser esmagado como um inseto, dependendo dos interesses que ele contraria. Dificilmente se verá O MENSAGEIRO sendo elogiado na imprensa porque ele escancara, até com certo exagero de sadismo, que a sentença de que o "jornalismo busca a verdade dos fatos acima de tudo" não passa de conversa para boi dormir...

Pessoal que faz jornalismo, está aí um bom exemplo de como essa profissão pode ser ingrata para quem não dança conforme a música. A história é real.

Seguindo a mesma linha de jornalismo investigativo de All the President's Men - Todos os Homens do Presidente - 1976, mas por algum motivo sem o devido reconhecimento e repercussão, Kill the Messenger (no original) ou O Mensageiro (em português) conta a história real do repórter americano Gary Webb (interpretado por Jeremy Renner, conhecido por The Hurt Locker - Guerra ao Terror - 2008), que trabalha em um pequeno jornal, San José Mercury News, e acidentalmente descobre documentos sigilosos sobre o governo americano e a guerra às drogas. Diante dessas informações, que revelam um suposto esquema de tráfico de cocaína para dentro dos Estados Unidos, ele precisa decidir entre proteger sua carreia, família e própria vida ou se arriscar a desmascarar o caso e publicar a matéria.

Logo de cara somos apresentados, em um formato que se assemelha ao de um documentário, a uma série de reportagens de jornais e discursos presidenciais, desde Richard Nixon (1969-1974), passando por Gerald Ford (1974-1977), Jimmy Carter (1977-1981) até chegarmos a Ronald Reagan (1981-1989). Todos eles discursam contra o tráfico e o consumo de drogas. Essa exposição facilita a imersão do espectador na história e confere maior veracidade aos fatos. Posteriormente, somos transportados para o ano de 1996 e acompanhamos a investigação promovida pelo protagonista, passando de um suspeito a outro, de traficantes a até mesmo políticos, e a cada nova revelação podemos contrastar o discurso inicial do governo com a realidade nua e crua dos fatos.

Seguimos, passo a passo, tudo o que Gary Webb precisa fazer para garantir que o público tenha conhecimento sobre algo que era mantido sigiloso: observação, entrevistas e levantamento documental. Um jornalista não pode simplesmente denunciar uma situação corrupta só porque alguém lhe sugeriu ou porque lhe parece que é incorreta. Até a matéria se tornar concreta e ser publicada existe um processo a ser seguido, no qual o repórter revisa todo o material investigativo, avaliando se há necessidade de entrevistar novas fontes ou fazer novas consultas, até que todas as informações conflitantes estejam resolvidas. Sobretudo se houver menções a figuras públicas, grandes corporações, políticos e governos, o jornalista também deverá se certificar, em casos de processos, que receberá o apoio jurídico e suporte editorial para publicação da matéria. Nesse ponto temos que destacar a direção de Michael Cuesta (conhecido pela série de TV Homeland - 2011-2012), que deixou alguns pontos em aberto para que o espectador tirasse as suas próprias conclusões acerca da investigação de Webb. Teria sido ele ingênuo ou desleixado?

O roteiro foi baseado no livro Dark Alliance: The CIA, The Contras, and the Crack Cocaine Explosion, escrito pelo próprio Webb, e no livro Kill the Messenger, uma biografia feita por Nick Schou. O elenco, além de contar com a ótima atuação de Jeremy Renner no papel principal, possui nomes de peso como Mary Elizabeth Winstead (10 Cloverfield Lane - Rua Cloverfield, 10 - 2016), Michael Sheen (Midnight in Paris - Meia-Noite em Paris - 2011), Ray Liotta (Goodfellas - Os Bons Companheiros - 1990) e Andy Garcia (The Godfather: Part III - O Poderoso Chefão III - 1990).

Kill the Messenger ainda se destaca ao denunciar as pressões, chantagens, violências física e psicológica que os jornalistas investigativos sofrem ao realizar o seu trabalho. Não apenas a integridade do homem é atingida, como também a de sua família. A manipulação da informação é evidente. Artifícios como atacar a credibilidade desses profissionais são utilizados sem o menor pudor para abafar a verdade, visto que a fofoca muitas vezes passa a ser mais importante (ganha mais destaque) do que a denúncia em si.

Existe liberdade de impressa? A mídia é livre ou sofre influência política, econômica e social? Qual é o verdadeiro papel do jornalista? Algumas histórias são verdadeiras demais para serem contadas? A inidoneidade de algumas fontes invalida completamente uma matéria a ponto de torná-la uma mentira? Estaria o governo americano boicotando a divulgação dessa história (filme)? Esses são alguns dos questionamentos que O Mensageiro deixa no ar.

Diante de situações recentes, como os Panama Papers e das revelações de Edward Snowden e do Wikileaks, toda a reflexão e o desdobramento trazidos pela trama contada em Kill the Messenger ganham outras camadas de importância e significado.