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    A Praça Tahrir
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    Ana Döring
    Ana Döring

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    5,0
    Enviada em 26 de janeiro de 2014
    Em 25 de janeiro, os egípcios foram as ruas protestar. O movimento era contra os abusos do governo de Hosni Mubarak, no poder há 30 anos. Os protestos aconteceram em várias cidades e, no Cairo, mais de 15 mil pessoas ocuparam a Praça Tahrir. Durante dezoito dias os protestos continuaram, a violência aumentou, o governo derrubou a internet, os acessos às pirâmides foram fechados e os conflitos entre manifestantes que apoiavam o presidente e os de opinião oposta geraram os primeiros mortos. Finalmente, em 11 de fevereiro, o presidente Mubarak renuncia seu cargo e as Forças Armadas assumem o poder. Elas governariam por seis meses, até que fosse possível realizar as eleições. Era só o começo.

    O documentário The Square começa nos levando a Praça Tahrir, símbolo da revolução, transformada em uma comunidade habitada pelos cidadãos que protestavam, com barracas, colchões e todos os tipos de crenças. As diferenças são deixadas de lado para dar lugar a um objetivo comum e maior. Contando o desenrolar da revolução através das pessoas que participam dela, somos inicialmente apresentados aos idealistas Ahmed Hassan, Khalid Abdalia (o Amir, de O Caçador de Pipas) e Madgy, um muçulmano. Mas, conforme o movimento progride, vemos os resultados deste, e percebemos que a política que quer mudar é muito mais complicada e incapaz de ser alterada em um curto espaço de tempo.

    Por se tratar de acontecimentos muito recentes, The Square mostra-se fascinante em nos oferecer um ponto de vista sincero, cruel e muito mais verdadeiro do que acompanhamos nos jornais. Não se preocupando em poupar o espectador, mas sim em informá-lo, o documentário mostra cenas chocantes filmadas por cinegrafistas corajosos como os revolucionários, porque afinal também fazem parte do grupo, nos deixando angustiados em ver a que ponto governantes podem chegar movidos por sua vontade de manter o poder. Quando Ahmed se vê sendo atacado pelo mesmo exército que jurara nunca atirar contra a população, ele diz que não presenciara uma revolução, mas sim uma guerra, “As pessoas estavam caindo uma a uma só porque estavam dizendo ‘Abaixo o Governo Militar’.”

    Ontem, 25 de janeiro de 2014, foi o aniversário de três anos da revolução, e 49 foi o número de mortos em confrontos, divulgado pela mídia. O fato de que não podemos confiar na mídia para a exatidão destes números só exalta o grande triunfo deste documentário: apesar de parecer impossível, através da crença e vontade dos revolucionários, existe um sentimento de esperança que persiste pelas quase duas horas em que compreendemos e analisamos cada pedaço desta intrincada revolução – ela não está perto do final, apesar de muito ter sido feito, ainda há muito trabalho. Como diz Ahmed, os os revolucionários conseguiram derrubaram Hosni Murabak, o governo militar e também Mohammed Morsi.

    A grande vitória não está em encontrar um líder que resolva todos os problemas, não é isto que os revolucionários buscam, e nenhum líder fez isso por eles, mas sim em mudar a forma de pensar da população. Tornar cidadãos em pessoas que reconhecem seus direitos e que são capazes de lutar por eles. Pessoas conscientes.
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