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    Fahrenheit 451
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    4,1
    59 notas
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    Janiê Maia C.
    Janiê Maia C.

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    5,0
    Enviada em 6 de agosto de 2013
    Fahrenheit 451 (do mestre François Truffaut, 1966)
    “— O que faz nas horas de folga, Montag?
    — Muita coisa... corto a grama...
    — E se fosse proibido?
    — Ficaria olhando crescer, senhor.
    — Você tem futuro.”

    Hello guys!!! Venho há dias tentando encontrar um filme bem ruim para criticar, mas tal tarefa está sendo difícil! Bem que meu colega Felipe do 01PorDia já me indicou, mas ainda não assisti. Enquanto isso, hoje vamos debater sobre um filme muito legal, altamente filosófico. Quando entrei para a faculdade de Filosofia, tive acesso a aulas de cinema, foi aí que conheci a obra cinematográfica do diretor François Truffaut, o que aumentou ainda mais minha paixão por cinema e pela sétima arte francesa. E François mostra isso de forma fenomenal. Adiante falaremos mais sobre o diretor, por hora vamos nos ater a sinopse do filme Fahrenheit 451.
    Fahrenheit 451 é um filme do diretor francês François Truffaut, lançado em 1966, é a adaptação da obra literária homônima do escritor Ray Bradbury. Protagonizado por Oskar Wener e Julie Christie. Num futuro indeterminado, a sociedade é proibida de praticar qualquer leitura, isso mesmo, ler é altamente proibido, jornais, revista e livros! Livros são considerados uma doença, ninguém pode ter livros, guardar ou tocar. Sob o julgo de um regime totalitário, as pessoas que leem são presas, levadas a um sanatório do estado e reeducadas, para que nunca mais pensem em livros. Pois estes são considerados uns deturpadores de mentes, são eles que corrompem as pessoas para que tenham visões diferentes daquelas que o estado dita. E os livros? O que fazem com os livros descobertos? Eles são queimados quando um leitor é flagrado escondendo livros em sua casa!
    E os responsáveis por esta queima são os bombeiros! Contraditório? Pois é, esta é a magia do filme! Os bombeiros que apagam as chamas, chamados heróis, são tidos aqui como os heróis invertidos. O estado os têm como os policiais desta sociedade hipotética, queimam sem dó nem piedade cada livro! Um crime. Não para eles! As casas deste futuro não queimam, são projetadas contra incêndios, por isso os bombeiros não apagam o fogo. Eles causam o fogo, e a temperatura da queima do papel é equivalente a 233 graus Celsius, ou seja 451 Fahrenheit (é uma escala de temperatura utilizada pelo britânicos e seus colonos), o ponto exato da combustão deste. Esta é grande sacada, genial ao meu ver, do título do filme. Bombeiro aqui, literalmente, é o queimador de livros.
    Guy Montag (Oskar Werner) é um destes bombeiros, aspirante a capitão, casado com uma mulher fetichista, capitalista e fútil (fruto da ausência de leitura) seguindo os passos de seu pai, a profissão de bombeiro para ele, é a coisa mais significante que existe. Porém todo esse pensamento muda ao conhecer a sua nova vizinha Clarisse (Julie Christie), dona de uma mente livre, filosófica e idealista, ela compartilha com ele suas dúvidas, muitas delas referentes a questão principal do filme: por que não podemos ler os livros? Ao ouvir este questionamento inovador, Guy que nunca pensou nisso, simplesmente começa a se questionar sobre seus ideais, ao se perguntar se ele estava satisfatoriamente feliz com seu “trabalho”. Durante uma denúncia, em que uma senhora foi descoberta com uma gigantesca biblioteca secreta em sua casa, os bombeiros são chamados para prendê-la e queimar os livros. Guy envolto de dúvidas, lê acidentalmente o título de um dos livros da biblioteca secreta: O tempo adormeceu sobre o sol da tarde. Logo em seguida a dona dos livros denunciada se recusa a deixar a casa que guarda tanto conhecimento, para não ver seus livros destruídos, a mesma comete suicídio.

    Isso deixa o tenente Guy Montag totalmente perturbado, se perguntando por que uma pessoa se mataria por causa dos livros. Furtando mais e mais livros, ele se vê fascinado pela leitura, pelo conhecimento que existe neles, logo sua esposa descobre e o denuncia. Sem saída ele foge, por não querer ficar longe dos livros, daí sua vizinha Clarisse o leva a comunidade dos Homens-livro. Um lugar onde os exilados da sociedade leem uma obra literária e a decoram página por página (ideia super cool) para que sejam publicadas quando não for mais proibido ler.
    Fahrenheit 451 foi primeiro filme que assisti dele, é um filme tão inteligente, ao sintetizar um tema bastante importante de forma inovadora. 1966 era uma ano de avanços super tecnológicos no cinema, teatro e tv. Todavia, ao mesmo tempo que havia um avanço significativo nesta área, o número de livros lidos diminuía, o hábito da leitura foi se perdendo com o tempo, assim como ir ao cinema ou apreciar uma peça teatral ficou careta! Infelizmente a televisão tomou conta do público, os anos 60 constituíram essa fase, a transição do conhecimento para alienação. Enquanto o socialismo ainda lutava para manter-se firme, o capitalismo dava indícios de que ele conseguiria alcançar seus objetivos. E conseguiu afinal, a começar pelo marketing sedutor da televisão, compre cremes, livros não; assista novelas, livros não; aliene-se, livros te esclarecem, então nem pensar nisso! Pode parecer chocante para muitos mais é a pura realidade.
    François Truffaut ocupa meu top 10 diretores, é aquele cara que tem uma ideia inovadora e transpõe para a tela. E a mesma reflexão que ele tem ao idealizar o filme é altamente sensível ao assistirmos suas obras. Truffaut é um dos caras fundadores da Nouvelle Vague, é o cinema feito para transgredir com os cânones do cinema comercial, aqui o foco principal é a lógica psicológica dos personagens. É a máxima do expressionismo cinematográfico francês! Considerado como uma das pessoas mais influentes do século XX, o diretor era conhecido por seu charme simplista, contrapondo com seus filmes tão críticos no enfoque de história de pessoas comuns e fatos banais. Que na conotação deste ganhava uma forte ambientação, exemplo disso é La Femme d'à Côté (A Mulher do Lado), outra obra prima com direito a atuação de Gérard Depardieu. Truffaut felizmente influenciou grandes diretores, um deles é meu querido Martin Scorsese, Tarantino entre outros.

    Primeiro filme colorido do diretor e único na língua inglesa, ele acertou em cheio, o filme não contém efeitos especiais incríveis, eram os anos 60. Os efeitos eram chocantes à época, mas a cor dos cenários, figurinos, objetos, tudo bem futurista. O vermelho é uma delas, do carro de bombeiros bem exótico a uma capa de livro de Sartre. Os recortes de câmera sem previsão é um charme à parte, bem típico da nouvelle vague, assim como o comportamento as vezes diferente dos personagens. As várias referências a Guerra Fria que o diretor expõe nas cenas são bem interessantes, não mais que uma aula de história.
    Fahrenheit 451 é um filme que contém uma crítica devastadora, se naquela época Truffaut já imaginava uma sociedade alienada, altamente consumista e fetichista, imagina o que ele pensaria hoje! Quer dizer, nem é preciso imaginar, para notar até que ponto chegamos. A cultura de massa tomou conta de tudo, de igrejas de esquinas que usam dízimos como ponto de lucro a uma revista Playboy vendendo mais que O Hobbit. Sorry Tolkien, estamos enburrecendo – minha palavra nova! Acho que a grande mágica do filme é isto, estamos ficando cada vez mais burros!
    Burrice quando ouvimos roda de discussão sobre a novela, assistiu o último capítulo?! Burrice quando um país prefere um estádio de futebol de milhões a uma escola na casa dos milhares. E burrice quando deixamos de apreciar os livros, seja o livro que for, afinal ninguém começa a ler por Macunaíma, grande Mário de Andrade!!! Começamos a ler os livros básicos, para posteriormente admirar uma alta literatura, Robert Frost que o diga!
    O diálogo acima é protagonizado pelo tenente Guy Montag, engraçado à primeira vista, crítico na segunda. Mostra o ponto fulminante de como a alienação bate a nossa porta, se não podemos fazer isto, vamos apenas observar, assistir. Creio que este pensamento é o norteador do parasitismo humano. Uma crítica sagaz e atual, mesmo quarenta e seis anos depois do lançamento do filme, é o grande presente. Recomendo por tudo isto que falei, citei, critiquei, desculpe pelo tons de exagero, mal dos filósofos! Não é um filme para quem tem miolos de pote, é um filme sem frescura, meio bruto, meio sensível, mas altamente original! “Apenas deveríamos ler os livros que nos picam e que nos mordem. Se o livro que lemos não nos desperta como um murro no crânio, para que lê-lo?” (Franz Kafka) P.s: naquele canal de vídeos tem o filme completo.
    Bjooooosss!!! Até mais!

    Janiê Maia Cunha
    ivan_sales
    ivan_sales

    2 seguidores 29 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 8 de maio de 2023
    Raramente dou 5 estrelas num filme é geralmente só dou pra algum baseado em livro quando foi bem fiel ao livro como nesse caso. Foi um filme difícil de achar até só consegui achar no Mercado Livre. Mas vale muito a pena. Recomendo ler o livro primeiro pra você se aprofundar nos personagens. Porém o único ponto negativo do filme foi essa bobagem de usarem a mesma atriz pra as duas personagens femininas.
    William R
    William R

    1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 25 de julho de 2017
    Obra prima do mestre François Truffaut, leitura de sociedade impecável, fotografia magnifica e acima de tudo a delicadeza do enredo.
    edinilpg
    edinilpg

    1 crítica Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 18 de maio de 2023
    Não me canso de ver este filme.Consegui baixar ele.Um filme com tema peculiar ao demais.A atriz Julie Christie de beleza fora de série. No comentário alguém diz que ela interpreta dois papéis.Realmente se parecem muito mas creio que não são.
    Como imaginar um mundo sem o acesso ao conhecimento que vem de livros, entre outras coisas que eles oferecem.
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