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Cineweb
O olhar [do diretor] para figuras à margem (o que não quer dizer necessariamente marginais) é de cumplicidade, uma vontade de compreendê-los e dar-lhes voz. Nesse sentido, é sintomático que o protagonista seja um dublador.
Instituto Moreira Salles
Quando adere afetivamente à loucura de seus protagonistas, tornando-a fonte de lirismo e invenção – como em "Se Nada Mais Der Certo" e "O Gorila" –, Belmonte atinge seus melhores momentos.
Papo de Cinema
O maior predicado de "O Gorila" é a atmosfera de paranoia que José Eduardo Belmonte consegue imprimir em seu filme. Tomando emprestado algumas características do cinema noir [...], o diretor constrói um belo trabalho de suspense.
Zero Hora
Conhecido por seus papéis cômicos, Müller está bem no registro dramático do melancólico e inerte tipo que sobrevive por trás do alter ego animalesco. Alessandra também imprime o tom correto a sua ao mesmo tempo voluptuosa e maternal Rosalinda.
Folha de São Paulo
O filme está sempre na corda bamba, prestes a degringolar. Salva-se com a confusão mental de Afrânio, após ser flagrado pelo namorado de Cíntia, uma de suas "vítimas". Essa confusão coloca o filme em outro patamar, e Belmonte, sem medo de cair no abismo, consegue se equilibrar.
O Globo
Cabe destacar ainda a enigmática fotografia de Bárbara Alvarez, que revela a figura de Afrânio aos poucos e coloca o público diante de imagens desfocadas, difíceis de reter. Com “O Gorila”, Belmonte parece retomar a trilha instigante de alguns de seus ótimos filmes.