Profundo...
Algum tempo após ajudar Marlin a localizar Nemo, a simpática Dory volta para protagonizar um filme em que, a família também tem nota importante na busca pelo passado que responde pelas emblemáticas lembranças da peixinha azul.
Após diversas tentativas de ocupar seu tempo, Dory tem um flashback sobre um passado distante, mais especificamente seus pais, isso desperta nela um desejo profundo de sair em busca dos entes queridos. Como parte desse despertar e até mesmo para localizar o espectador na narrativa, o filme já abre com uma simpática (para não dizer fofa) Dory ainda pequena sendo orientada pelos pais, essa iniciação deixa claro que desde sempre a peixinha já sofria com perdas recentes de memória. Tal apresentação mostra brevemente a separação da protagonista de seus pais e como ela chegou a encontrar Marlin, incluindo um divertido deja vu com o início do filme anterior.
Já estabelecida a razão de ser desse novo filme, Marlin e Nemo saem em busca da Dory ao mesmo tempo em que também estabelecem um elo com o desejo dela em encontrar seus pais. A busca alcança uma aquário gigantesco, no qual existem diversos elementos com a presença dos "perigosos" humanos, sendo este o ambiente em que teremos grande parte das aventuras desta nova animação, inclusive a aparição dos novos e divertidos personagens, como é o caso do polvo Hank.
Como de praxe, o aspecto que mais chama atenção nos filmes da Disney Pixar é a atenção à imensa riqueza de detalhes, a começar pela beleza sublime do mar: movimentos, peixes, pedras, plantas e a própria água desponta como um dos mais incríveis elementos em CG produzidos para o cinema, é definitivamente soberbo. A nova tecnologia foto realista empregada pelo estúdio no filme O Bom Dinossauro volta ainda mais impactante, o pequeno curta que abre o filme, mostrando um pássaro que está sendo ensinado pela mãe a procurar o próprio alimento na praia, além de bem divertido, ele possui uma beleza realista impecável, permitindo que a simples narrativa seja pontuada com momentos valiosos para o história do estúdio.
Mas não só de beleza visual se sustenta Procurando Dory, pois os pequeninos peixes também respondem pela história recheada de aspectos sentimentais que são realçados ainda mais pela preocupação familiar. Dory não só quer rever seus pais porque são seus progenitores, mas também porque vem deles as mais importantes lembranças de sua vida, incluindo aí o repasse de valores de comportamento que ela carrega consigo desde que se perdeu, a própria presença de Marlin e seu filho Nemo ajudando na procura nos toca quando eles se separam em alguns momentos, pois sabemos como eles sofreram no passado.
Notadamente a animação ainda possui muitas cenas de ação bem estruturadas, a final que envolve um caminhão é muito melhor que vários filmes live action que saem a torto e direito no cinema... isso sem deixar de destacar o humor leve mas inteligente em muitos momentos, sempre bem complementados pela excelente dublagem nacional, com notável destaque para Antonio Tabet dando voz ao polvo Hank.
PROCURANDO DORY mostra que a Pixar se reergueu após alguns deslizes passados e continua a ampliar sua lista de animações emblemáticas. Embora seja uma continuação, a produção é cheia de caprichos, tantos visuais quanto narrativos, deixando uma bela mensagem para quem assiste e compactua com os aspectos sentimentais do longa, além de também proporcionais bons momentos de diversão pelo humor presente na obra.