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    As Aventuras dos 7 Anões
    Críticas AdoroCinema
    2,5
    Regular
    As Aventuras dos 7 Anões

    A Disney em versão alemã

    por Renato Hermsdorff

    Misturar contos de fada diferentes em uma mesma produção não é novidade no cinema faz tempo. Desde Shrek e seus subprodutos, a partir de 2001, até a adaptação de Caminhos da Floresta (2015), para citar dois exemplos mais recentes e conhecidos, heróis e vilões de diversas fábulas convivem pacificamente (ou não) em florestas espalhadas pelo mundo todo.

    O que a animação musical alemã As Aventuras dos 7 Anões - terceira parte de uma cinessérie que já levou zilhões de pessoas ao cinema no país de origem (não há necessidade nenhuma de ver os anteriores para compreender este) – traz de diferente em relação aos filmes citados é um enfoque claramente mais infantil – diferente da franquia do ogro verde, por exemplo – e o uso de uma tecnologia de aspecto datado, uma técnica de computação gráfica que mais lembra um game do início dos anos 2000.

    Inexplicavelmente (bom, talvez a explicação esteja nos filmes anteriores), alguns personagens levam os nomes dos seus correlatos (Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Gato de Botas, por exemplo); outros, porém, não. A princesa central da história, que cai no sono profundo depois de espetar o dedo se chama... Rose. Os anões não são conhecidos como Atchim, Dunga, Feliz e cia., mas por nomes completamente distintos – e, mais estranho ainda, alguns deles nem são tão baixinhos assim.

    Em Der 7bte Zwerg (no original), uma bruxa malvada, Dellamorta (um bom trabalho da dublagem brasileira que, no alemão, conta com a voz da cantora Nina Hagen), lança o tal feitiço na princesa: se, até completar 18 anos, ela espetar o dedo em qualquer objeto pontiagudo, todo o reino cairá no sono.

    Às vésperas do aniversário, a mocinha manda seu amado, o ajudante de cozinha Jack (Jack? Rose?! Sim, Titanic) se esconder na casa dos anões – afinal, se o feitiço se concretizar, ele será a salvação do reino, despertando-os com um beijo na boca (da princesa, claro). Acontece que a bruxa captura o anti-herói e, numa trapalhada dos anões, a princesa acaba espetada. Caberá aos não-tão-baixinhos-assim resgatar o moço e reestabelecer a normalidade por lá.

    Além da referência clara ao filme de James Cameron, há outras alusões a ícones da cultura pop recente, o mais explícito o efeito “Frozen” provocado pela magia da bruxa. A atualização, no entanto, contrasta com o aspecto tosco da animação dos personagens. Não é apenas que eles não conseguem mexer os cabelos; os movimentos dos personagens, muitas das vezes, parecem deslocados dos cenários.

    Os pequenos, se não estranharem a tecnologia, podem se divertir, afinal a história é bobinha, mas tem boas reviravoltas, sereios rappers (!) e um visual colorido. Mas ao papai e à mamãe talvez seja melhor desengavetar aquele game boy de outrora – e usá-lo sem som e com luz reduzida, por favor.

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