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    Bling Ring: A Gangue de Hollywood
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Bling Ring: A Gangue de Hollywood

    Sem limites

    por Roberto Cunha

    Entre os anos de 2008 e 2009, um grupo de jovens nada necessitados entraram numa de roubar os famosos de Hollywood, porque descobriram ser fácil entrar na residência deles e sair de lá com vários "brindes", além de dinheiro e jóias. A brincadeira acumulou prejuízos na casa dos três milhões de doletas para as vítimas, ganhou as páginas policiais e a turma acabou presa. Agora, pelas mãos da cultuada diretora Sofia Coppola, o fato virou filme.

    Bling Ring - A Gangue de Hollywood já começa entregando o ouro, revelando (com imagens de câmera de segurança) como a garotada fazia para entrar nas mansões, como escancaravam tudo nas redes sociais e encararam a prisão, numa debochada declaração para a imprensa do personagem de Emma Watson (eterna Hermione dos filmes de Harry Potter), que diz sonhar ser presidente dos Estados Unidos. Voltando no tempo, o roteiro retorna um ano para a gente ver como tudo aconteceu. É quando você descobre que todos têm em comum uma insana admiração pelas celebridades, como Paris Hilton e até a problemática Lindsay Lohan. Além disso, Nicki (Watson), Marc (Israel Broussard), Rebecca (Katie Chang), Sam (Taissa Farmiga) e Chloe (Claire Julian) gozam de liberdade, uma vez que os pais ignoram o que eles fazem na rua ou dentro de casa. Foi assim que de pequenos furtos de pertences dentro de veículos, eles passaram para uma atividade mais lucrativa: invadir casas.

    Fazendo uso de uma linguagem atual, despojada e realista, a cineasta apresenta um longa enxuto, com bom ritmo, pequena dose de suspense, mas um ponto fraco: o não mergulhar nos conflitos dos personagens. Ensaia-se um problema de aceitação por parte de um deles, acentua-se uma mãe meio alienada, mas tudo é superficial, furtando do espectador qualquer possibilidade de saber os reais motivos para o consumo desenfreado de drogas e, claro, os tais roubos. Diante da pouca carga dramática, ainda assim destacam-se no elenco os protagonistas (e novatos) Katie e Israel, além da coadjuvante experiente e inglesinha Emma, que manda bem quando precisa ser americana, sonsa e sensual em cena. Entre as curiosidades, sequências rodadas na casa de uma das vítimas reais (Paris Hilton) e trilha sonora moderninha transitando de "Crown on the Ground", do Sleigh Bells, até Azealia Banks e Kanye West, entre outros.

    Se o cinema não cansa de mostrar criminosos da ficção em busca do plano perfeito, impressiona ver que amadores da vida real descobriram uma fórmula, mas acabaram traídos pelo excesso de confiança. Não fosse isso, as experiências que os faziam parecer "crianças em um parque de diversões" jamais seriam descobertas. Dessa forma, Bling Ring - A Gangue de Hollywood pode não entrar para uma eventual lista de filmes inesquecíveis, mas pode servir bem como sinal de alerta para os pais, que insistem em não participar da vida dos filhos, seja por mero desinteresse ou para evitar uma possível "invasão de território". Afinal, diz um surrado ditado que paciência tem limite e esse filme mostra que os filhos também precisam ter.

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