Reidy - A Construção da Utopia: Crítica AdoroCinema

Reidy - A Construção da Utopia resgata a história do arquiteto e urbanista brasileiro Affonso Eduardo Reidy e só por isso já é merecedor de aplausos. Foi responsável por obras que marcaram a paisagem do Rio de Janeiro, como o Museu de Arte Moderna, o Aterro do Flamengo e o Conjunto Habitacional do Pedregulho, no bairro carioca do Benfica. Num país que parece - ao menos para a grande mídia - possuidor de apenas um arquiteto (Oscar Niemeyer) é muito importante aborda a vidar de outros profissionais que também escreveram seu lugar na história.

Só é uma pena que o longa se porte mais como um TCC (trabalho de conclusão de curso) de uma faculdade de arquitetura do que como um documentário. O problema não é nem a edição convencional de Marcelo Pedrazzi, mas sim a forma como o filme é conduzido e as opções por depoimentos pra lá de desinteressantes. Reidy - A Construção da Utopia traz entrevistas com nomes importantes como Lúcio Costa, Carmen Portinho e Roberto Burle Marx, mas perde um tempo precioso ouvindo os arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Roland Castro. Apesar de serem dois profissionais de respeito, o fato de darem vários depoimentos acaba passando a impressão de que a diretora busca apenas gastar tempo. Tempo este que poderia ser usado para que fossem ouvidos outros nomes da arquitetura mundial ou pessoas que trabalharam com Reidy.

O próprio subtítulo "A Construção da Utopia" colabora para a impressão de que se trata de um TCC, afinal há muito mais na obra de Reidy a ser discutido do que a noção de que seus ideais seriam utópicos. E mesmo defendendo isso, caberia uma explicação mais detalhada.

Dirigido por Ana Maria Magalhães (Lara), o longa dividiu o prêmio de melhor documentário com Dzi Croquettes no Festival do Rio 2009.