Anjo do Lodo : secretos do rodagem

- Wilson Macedo era um pseudônimo usado por Luiz de Barros;

- Costinha na época era creditado como Mário Costa;

- O romance "Lucíola", de José de Alencar, já havia sido filmado anteriormente em 1916 por Franco Magliani. Houve ainda uma nova versão com Lucíola, o Anjo Pecador (1975);

- Foi a primeira grande chance para a vedete Virgínia Lane mostrar seus dotes físicos, aparecendo completamente nua em sequência de dança e orgia muito ousada para a época;

- O início da filmagem foi em 20 de outubro de 1950;

- Maurice Pecqueux, considerado o melhor diretor de fotografia da época, esperou o último dia da filmagem para se suicidar, por motivos desconhecidos. A Cinédia providenciou o enterro;

- Anjo do Lodo estreou em abril de 1951, nos cinemas Plaza, Astória, Parisiense, Colonial, Primor, Olinda, Ritz, Haddock Lobo, Mascote e Star (Rio de Janeiro);

- Em São Paulo foi exibido num total de 16 cinemas, entre eles o Marrocos, Oásis e Sabará. O Oásis teve dez sessões diárias, que começavam às 10h30, e o Marrocos, sete sessões diárias;

- Anjo do Lodo foi liberado para exibição, com aprovação dada pelos censores Elói Cordeiro e José Montojos, contra o voto da censora Iracema Meirelles. Os dois liberaram o filme com a restrição de "proibido para menores de 18 anos", enquanto o voto da censora, vencido, o impugnava totalmente;

- Em virtude do clamor do público contra o filme, o dr. Melo Barreto Filho, chefe da censura cinematográfica do D.F.S.P., suspendeu a licença para a exibição de Anjo do Lodo. Para tanto revogou a revisão da censura e nomeou novos censores. Após o corte de uma seqüência, onde a silhueta nua de Virgínia Lane, em pé sobre a mesa, era refletida na parede, a fita foi liberada;

- O deputado Jânio Quadros, do PDC de São Paulo, liderou campanha pedindo a interdição da película, mas encontrou em intelectuais e jornalistas como José Lins do Rego, Vargas Neto, Antônio Olinto, Prudente de Morais Neto, Edmundo Lyz, entre outros, defensores da exibição sem cortes. Jânio Quadros recordou, na Câmara dos Deputados, ser bem conhecida a "autoridade moral" da Confederação das Famílias Cristãs, no intuito de policiar os costumes que estavam, segundo o próprio, "em inegável decomposição".