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    Foxfire - Confissões de uma Gangue de Garotas
    Críticas AdoroCinema
    3,5
    Bom
    Foxfire - Confissões de uma Gangue de Garotas

    Individualmente unidas

    por Lucas Salgado

    Conhecido pelo trabalho em Entre os Muros da Escola, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o cultuado Laurent Cantet chega aos cinemas com seu novo projeto, Foxfire - Confissões de uma Gangue de Garotas.

    Passado nos anos 50, o longa retrata um grupo de jovens mulheres reprimidas por famílias conservadoras e um ambiente machista, em que são vista como um objeto de desejo ou uma figura frágil merecedora de opressão. É quando elas decidem se unir e formar a irmandade Foxfire.

    Juntas, elas decidem lutar por suas independências e contra a opressão da sociedade conservadora. A descoberta do sexo, a violência, a questão racial... Tudo é tema da produção escrita por Cantet e Robin Campillo, a partir de romance de Joyce Carol Oates. 

    O grande mérito da produção está na escolha do elenco feminino e, principalmente, o desenvolvimento das personagens.

    Raven Adamson, Katie Coseni, Madeleine Bisson, Rachael Nyhuus e Ali Liebert são alguns dos destaques do elenco, sendo que a primeira é realmente o grande nome do filme. Raven vive Legs, que é uma espécie de líder do Foxfire, e é uma das mais radicais das garotas, sendo principal responsável por colocá-las numa jornada sem volta de violência.

    É curioso notar que cada uma das garotas possui uma personalidade diferente. Neste sentido, o longa é honesto com os ideais do grupo, ou seja, trata cada menina individualmente, sem generalizá-las. Na gangue, temos garotas tranquilas que se assustam com o rumo que tudo vai tomando, como também temos aquelas que querem ver o circo pegar fogo.

    Foxfire possui um trabalho impecável de direção de arte de Anthony A. Ianni. A reconstituição de época é precisa e os cenários são bonitos e verossímeis. A fotografia de Pierre Milon também se destaca ao utilizar cores fortes ao retratar o universo das garotas e por optar por tons bem frios quando elas se veem separadas por algum motivo, quando algumas são enviadas para um reformatório.

    A direção de Cantet, no entanto, possui algumas falhas, auxiliadas pela montagem de Robin Campillo, Stephanie Leger e Sophie Reine. O filme tem problemas séries de ritmos, fruto de exagerados 144 minutos de duração.

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