spoiler: Achei um filme realmente muito bom, depois das duas primeiras sequências não sabia muito bem o que esperar a respeito dessa continuação, ainda não consegui ler o livro, mas já sabia que mudaria muita coisa, me peguei entretido e totalmente focado no filme.
Muito aquém dos dois primeiros. O filme não se desenrola e dá a impressão de que quem for assistir diretamente ESPERANÇA - parte 2, não terá perdido absolutamente nada.
Grandes franquias no cinema atual dependem não somente de belos rostos ou orçamentos altos para serem bem sucedidas. Em muitos casos, um roteiro bem elaborado que se sobrepõe às fantasiosas cenas de ação pode ser um sinal de que teremos novidades vindo pela frente. No caso de JOGOS VORAZES, esse conceito se aplica plenamente.
Nesta primeira parte de JOGOS VORAZES - A ESPERANÇA, que começa exatamente após o término do segundo filme, Katniss encontra-se nas mãos dos rebeldes, não de forma forçada, mas como refugiada involuntária. Somente desta maneira, a proposta de rebelião contra as forças da capital podem seguir adiante, já que dentro das dependências do Distrito 13 as articulações em prol da liberdade serão muito melhor orquestradas.
O grande mote deste episódio reside na idéia de fazer propaganda sobre a força que os rebeldes estão ganhando, evidentemente usando o tordo (Katniss) como ícone máximo dessa divulgação. As idéias utilizadas buscam mostrar Katniss envolta em movimentos juntamente com os rebeldes, sejam puramente gráficos ou não. Em meio a esse contexto de divulgação, Snow também não se omite, usando Peeta como defensor das potências da Capital, tentando evitar confrontos ou rebeliões através da TV.
Os ocorridos ao longo da história deixam a protagonista ainda mais duvidosa quanto a sua posição de Tordo, principalmente porque Snow é um exímio manipulador, mostrando-se cínico e frio ao demonstrar ser capaz de qualquer coisa para manter sua posição de déspota. E o brilhantismo do roteiro não demonstra isso com mortes ou ameaças, mas com manipulações psicológicas inteligentes e verossímeis.
As decisões tomadas por Katniss ganham amplitude e aceitação inimagináveis, já que a propaganda e o desejo popular de liberdade são os difusores de ações do tipo "toma lá dá cá", em que os rebeldes, menos favorecidos em armamento, são mais numerosos e visam desequilibrar a capital pouco a pouco. Essas ações são satisfatórias, ainda que ocorram baixas do lado rebelde.
Mesmo que laços afetivos causem pane nas expectativas de Katniss, o roteiro aborda isso com tremenda maturidade, permitindo que a calmaria e agitação se misturem sem jamais se anularem, dando o tempo devido para abordar os conflitos internos dos principais personagens.
Falando um pouco da parte estética, o visual deste filme é menos colorido que os demais, já que a fútil elite não tem tempo de ser demonstrada e o destaque de tons acinzentados toma conta da fotografia, sempre adequada e complementando a angústia dos personagens e situações em que estão envolvidos. Isso é vital, principalmente porque a abordagem é bem mais séria neste A EsPERANÇA.
Para os admiradores de cinema inteligente, a franquia JOGOS VORAZES já mostrou grande competência com o segundo exemplar, que naquele caso serviu como ponte fundamental para desenvolver as necessidades de Panem sobre libertação. Em JOGOS VORAZES - A ESPERANÇA, tenho a sensação de grandeza ideológica fluir por cada segundo da produção, pois a retratação fictícia vista na telona só difere da realidade pelo nome de seus personagens, ou talvez, dos locais, mas os ideais são plenamente contemporâneos.
Fiquei o filme todo esperando por algo que realmente acontecesse, naquela expectativa, mas não acontece absolutamente nada demais. É pura enrolação e só choro e mais choro desnecessário da personagem principal. Um drama barato que irrita. Esse chega a ser o mais fraco dos 3 filmes.
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