Meu Deus, mas que filme lindo! Uma obra tão singela e grandiloquente, tão leve quanto impactante, arrebatadora...Um drama épico no sentido mais cru possível do termo. O lendário cineasta Sergio Leone conseguiu realizar uma façanha rara : Se superou a cada trabalho e encerrou sua carreira com o filme perfeito. Once Upon a Time in America é o deleite audiovisual definitivo de todo cinéfilo de verdade, uma grande História de temas universais, que fala um pouco para todo mundo sem muito esforço. Longo(exatamente como tinha que ser), este não é apenas um filme de gângster do qual nós já estamos habituados. É uma verdadeira aula de narrativa, com um desenvolvimento meticuloso magistral do começo, meio, e fim. Ao fim da verdadeira jornada que é assisti-lo, In America já faz parte do espectador, e assim permanece por dias e dias. Assim como Magnólia e alguns outros longas de mais de 3h de duração, há vários momentos que à primeira vista poderiam ter sido cortados, mas que ao repassá-los na memória nos damos conta do quão belos e essenciais são e chegamos à conclusão de que nenhum deles deveria. Do elenco, nem precisa delongar muito, absolutamente perfeito, dispensa maiores comentários. Robert DeNiro é o protagonista perfeito de todo filme que se possa imaginar, mas quem consegue roubar a cena mesmo é James Woods. Enfim, eu poderia escrever um livro inteiro apenas exaltando o quão primoroso é este filme, os poucos problemas que podemos encontrar aqui e ali são completamente perdoáveis dado ao saldo positivo colossal do conjunto da obra. E a culminação dos arcos de Noodles e Max naqueles 25 minutos finais é de um brilhantismo narrativo rico de significados e entrega emocional de um nível que não se vê mais no cinema. Uma fábula perfeita das várias perdições humanas. Obra-prima atemporal.