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    Uma Nova Chance Para Amar
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Uma Nova Chance Para Amar

    Sombras do passado

    por Francisco Russo

    O momento atual de Hollywood é tão voltado para os jovens, com filmes cuidadosamente planejados para eles, que a simples produção de um longa como Uma Nova Chance Para Amar já é motivo para comemorar. Afinal de contas, não é todo dia que surge um romance maduro, protagonizado por atores de meia idade, como tantas vezes foi feito no passado – Cary Grant que o diga. Por outro lado, a simples existência deste tipo de filme não é suficiente para torná-lo automaticamente bom, ainda mais com uma trama tão bizarra envolvida.

    A história acompanha Nikki, ainda devastada pela morte do marido, por mais que o falecimento tenha ocorrido há cinco anos. Vivendo sozinha desde então, ela um dia se surpreende ao encontrar, por acaso, um homem muito parecido com seu amado Garrett. Passa a segui-lo, descobre que ele é professor de artes e logo dá um jeito de ter aulas particulares de pintura, tudo para ficar bem pertinho dele. Sabe adolescente empolgado com o primeiro amor? É por aí. É claro que eles se envolvem e é claro que a sombra de Garrett, estampada no rosto de Tom, será um fantasma a persegui-los.

    O grande motivo para assistir Uma Nova Chance para Amar atende pela dupla Annette Bening e Ed Harris. Ambos ótimos, com um brilho radiante no olhar, típico de quem está apaixonado. Talvez pela última vez, quem sabe? A consciência da proximidade da morte aliada à bagagem trazida pelos machucados da vida dão um charme a mais a esta história de amor, aliada à uma fotografia que ressalta bem o estado de espírito luminoso vivido por ambos. Diante de tamanha jovialidade demonstrada pelos veteranos (ele tem 63 anos, ela 56), é de lamentar que o roteiro seja tão maniqueísta a ponto de prejudicar, bastante, o filme como um todo.

    Uma Nova Chance para Amar possui um punhado de diálogos dúbios, meticulosamente planejados para estender ao máximo o desconhecimento de Tom sobre sua semelhança com Garrett. Além disto, ao invés de trabalhar o psicológico de Nikki diante do impacto, prefere exagerar nas reações diante da situação. Com isso, o belo romance construído por Benning e Harris aos poucos se esvai, deixando de lado a sensibilidade para investir no inusitado – no mal sentido. Ainda assim, trata-se de um filme interessante pela força de seu casal principal e pela oportunidade de ver Robin Williams em um de seus últimos (e menores) trabalhos, por mais que seu desempenho seja bastante apagado.

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