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    A Guerra Está Declarada
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    A Guerra Está Declarada

    "Dia a dia, como se fosse o último"

    por Francisco Russo

    Não se engane pelo título. A guerra citada nada tem a ver com bombas e metralhadoras, apesar de ser tão difícil quanto. O inimigo é quase invisível e sua possível presença aflige todo e qualquer pai de família: a constatação de que seu filho tem um tumor. Um tema complicado abordado com muita propriedade pela diretora Valérie Donzelli, que também protagoniza o filme.

    Tudo começa com Romeo (Jérémie Elkaïm) e Juliette (Donzelli), que, como os próprios nomes indicam, estão perdidamente apaixonados. Eles se conhecem, passam a viver juntos e logo tem um filho, o pequeno Adam. A vida segue tranquila, até que eles notam algo de estranho no bebê. Os médicos avaliam e, após os exames, vem a grande bomba. Câncer. Maligno. O choque é inevitável e sentido também pelo espectador. O desespero dos pais é comovente.

    Em meio à tragédia, nasce a força. É preciso lutar, de todas as formas, para eliminar o mal iminente. Mesmo que as estatísticas sejam desanimadoras, a esperança existe e gera nos pais uma união desafiadora. A guerra, enfim, está declarada. O público vai junto.

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    A Guerra Está Declarada nada mais é do que o acompanhar desta árdua jornada, da detecção da doença até as consequências do tratamento feito, abrangendo não apenas o lado médico mas especialmente o emocional. Por mais que Romeo e Juliette amem o filho, a doença logo se torna também um fardo e provoca desgastes, físicos e no próprio relacionamento do casal. Trata-se de um filme duro, por vezes seco, mas também realista. Sem muitas concessões, com exceção do criativo dueto musical do casal, pouco após saber da doença do filho, e alguns alívios cômicos que surgem brevemente na história.

    De certa forma A Guerra Está Declarada lembra O Óleo de Lorenzo, pela semelhança no esforço dos pais em salvar o filho, apesar de não ser tão triste quanto o filme estrelado por Nick Nolte e Susan Sarandon. Ainda assim trata-se de um belo relato sobre a luta necessária para enfrentar tamanha provação, cuja dimensão é difícil até mesmo de imaginar. Muito bom, sério candidato ao Oscar 2012 de melhor filme estrangeiro.

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