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    Bohemian Rhapsody
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    Bohemian Rhapsody

    O excepcional encontra o convencional

    por Barbara Demerov

    Falar sobre Freddie Mercury e não pensar em sua voz ímpar e poderosa é algo bem difícil de ser evitado caso você já tenha escutado qualquer canção do Queen. Das primeiras notas de Love of my Life até o poderoso refrão de Who Wants to Live Forever, há muito significado nas letras que o artista entoou durante seus 20 anos de banda. Agora, enfim temos a chance de nos aproximar desta figura inesquecível que foi Mercury, seja através de suas músicas ou pela trajetória que levou uma das maiores bandas do mundo a conhecer o estrelato - e algumas adversidades.

    Os problemas relacionados à direção de Bohemian Rhapsody (com Bryan Singer sendo demitido e substituído por Dexter Fletcher) não parecem ter prejudicado o resultado final do longa, que por sua vez possui como consultores criativos Brian May e Roger Taylor, integrantes do Queen. A presença dos artistas na produção já deixa clara a intenção de homenagear Mercury por todas suas realizações no mundo da música, ao mesmo tempo em que busca contar os highlights do que aconteceu por trás dos palcos e entre os hiatos de gravações.

    Aliado às inúmeras músicas destacadas para traçar uma linha temporal clara, temos uma das grandes atuações de 2018, daquelas que torna possível o esquecimento de quem está por baixo dos trejeitos. Mas entre o bigode, o óculos e a presença irreverente está Rami Malek (Mr. Robot), em perfeita sintonia com Freddie. Sua homossexualidade, seus relacionamentos e problemas relacionados à solidão são alguns pontos abordados pelo roteiro, mas parecem apenas passar sucintamente por estas questões que tanto o marcaram. O grande foco aqui é mostrar Freddie nas horas em que não solta a voz e no modo como se porta perante o crescimento do Queen; e o destaque de tal foco se dá através de sua longa relação com Mary, interpretada por Lucy Boynton. Estas aproximações funcionam para compor a biografia de um modo mais aberto, mas impossibilitam um maior aprofundamento íntimo do protagonista.

    O que o filme faz (e muito bem) é aproveitar seu lado musical. Além de bem dirigidas, as cenas que exibem o making of de canções como a do título e We Will Rock You são fascinantes, dando a sensação de que presenciamos, décadas depois, o surgimento de pérolas do rock. Fora a divertida integração do grupo para compor as inovações contidas nos quase seis minutos de Bohemian Rhapsody, Rami Malek entrega uma carga verdadeira e sobretudo catártica nos momentos em que vemos suas composições vocais ou no piano nascerem. Ver aquele olhar distante e ao mesmo tempo surpreso consigo mesmo é de uma sensibilidade enorme, deixando ainda mais clara sua aproximação para com a figura de Freddie. Ao dublar as músicas (por razões óbvias), fica evidente que o ator transferiu todo o empenho vocal para o trabalho físico, tornando magnética sua presença em cada quadro.

    Com ótimos figurinos, uma fotografia que capta bem a essência dos anos 70/80 e elenco em harmonia, Bohemian Rhapsody concede um resultado curioso, mas também ambíguo: Freddie Mercury não era conhecido por ser uma pessoa comum, mas o filme possui uma estrutura que segue padrões de biografias - especialmente as musicais. A linha do tempo tem alguns deslizes mas equilibra bem o drama com os momentos de glória. Porém, com os anos passando voando e o auge sendo reconhecido em montagens aceleradas, fica a sensação de que faltou vermos mais da dinâmica do Queen como conjunto e não só nos momentos de composição. Isso se repete na vida de Freddie, que exibe as dificuldades enfrentadas até seu diagnóstico de AIDS, mas ainda possui concepção mais ilusória, tornando tudo um pouco mais leve do que deveria ser (e do que deve ter sido).

    Como biografia de um artista e performer completo e irreverente, o filme acerta no tom, mesmo não aprofundando todo seu conteúdo. Como uma carta de amor dos integrantes do Queen ao vocalista (e aos fãs), ele também é um prato cheio. Por fim, Bohemian Rhapsody é uma revisita a tempos bons e ruins de uma vida que marcou tantas outras, e cuja importância pode ser resumida nos arrepios que aparecem a cada nota alcançada e a cada riff de guitarra que a acompanha. Freddie Mercury vive, agora em um grande espetáculo cinematográfico.

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    Comentários

    • Stellinha Ferreira
      Isso mesmo, estou contigo e não abro!!!
    • Stellinha Ferreira
      Eu sempre fui apaixonada pelo Queen, amava o Freedie mesmo ele sendo secão, as pessoas são o que são, não tem que ser do jeito que queremos, ele foi e é até hoje para mim um dos maiores talentos do Rock, um guerreiro, sofreu, amou, caiu e levantou. Ninguém é perfeito...
    • Franklim c
      Eu gostei do filme, porque as músicas são excelentes e ganham grande foco, mas sinceramente, não enxerguei o Freddie no Rami Malek.Ele é um puta ator, mas não sei foi a melhor escolha, sendo sincero.
    • Luciano
      Gostei do filme. Eu já não gostava do Freddie (sempre o achei metido a besta) e depois de ver o filme piorou ainda mais kkkkkkkkkkk. Cara chato prá caraio.
    • Gracinda V
      Maravilhoso para quem não entende nada da banda Queen e nem se deu ao trabalho de pesquisar no Gooogle!
    • Gracinda V
      Pois eu, na qualidade de fã da banda Queen, achei o filme sofrível: 1) a escolha do ator principal foi um desastre. Ao tentar imitar o Freddie, parece uma formiga atômica no palco. 2) se era para ser dublado, porque não utilizar a voz do próprio vocalista, que era ímpar, poderosa e inconfundível? 3) a cronologia do filme está completamente errada. Um verdadeiro fiasco.
    • LUIZ HENRIQUE DE MAGALHÃES
      Fui ao Rock in Rio 85. Fiz parte do coral, com milhares de pessoas cantando Love of my life. Espetacular, Inesquecível e emocionante. O filme me fez relembrar desse momento maravilhoso. SHOW!!!
    • Cineemando
      Ariadne, provavelmente a intenção no filme não era focar na história pessoal dele. Pra mim ficou claro que a intenção era narrar o Fred Mercury cantor. Com duas horas e dez minutos de filme, ainda algumas partes ficaram superficiais focando apenas na carreira, imagina se misturasse o pessoal e o artístico dele. Ia ficar uma bagunça, ou um filme de cinco horas. Eu acho que quando se tem esse meu olhar, você compreende mais a intenção do filme. Ao contrário de Rocketman, do Elton John, que está focando mais no pessoal. São intenções diferentes.
    • Ariadne dos Santos Pereira
      Não demonstrou muito a fundo a vida do idólo. Faltou mais intensidade, demonstrar mais sua homossexualidade, seu grande envolvimento com drogas...Enfim, demonstrou como as musicas eram produzidas, mais faltou mais cenas pesadas a vida dele era mais louca que do Cazuza.
    • Rubens Mariano
      Filme maravilhoso , para aqueles que não gostaram e vem aqui para criticar , vão dar meia hora da rabo vão
    • Josiane M
      Gente é muita historia do Queen para por em um filme só , obvio q nnn iria m colocar tudo na ordem certinha , e outra coisa : BOHEMIAN RHAPSODY(filme) NÃO É UM DOCUMENTARIO
    • Josiane M
      O filme não foi feito pra pessoal ficar percebendo se os Atores estão parecido sou não, O objetivo do filme é Falar sobre o Queen
    • Josiane M
      Gente parem de pegar pesado sobre a linha do tempo de Bohemian Rhapsody(filme) estar ''errada'' , Vou deixar claro : BOHEMIAN RHAPSODY(filme) NÃO É UM DOCUMENTARIO
    • Mourafe
      Vc quer comparar Nasce uma estrela com Bohemian Rhapsody??????? Pelo amor de Deus,namoral nnn exite ninguem identico a Freddie obvio poruqe cada u é de um jeito fala serio , Rami deu o seu melhor mano valoriza, o Rami ficou parecido sss fala serio
    • Germano Soares
      Assistiu Lilian...?Eu assisti ontem e como disse o crítico,pegaram bem leve nas cenas mais pesadas (sexo, drogas e homossexualidade). E vc,oq achou..? Deixou/deixaria seu filho assistir...?
    • William
      Gostei do filme, mas poderia ser mais, bem mais! Não consigo enxergar essa caracterização toda que tanto falam por aí, o ator tbm exagera muito nas expressões, por mais que Freddie tivesse dentes salientes, não precisava fazer bico para escondê-los, muito menos para cantar. A atuação é boa, mas peca nesses detalhes.
    • Thomas
      Quem começou o mimimi foi você agora amigo, oque o Luiz disse não tem nada de errado, é um fato, recordações de um tempo que funk e sertanejo não eram trilha sonora de jovem.
    • jamil zatar
      sensacional filme lindo e deu saudades,abracos
    • jamil zatar
      Saudoso e Espetacular nota 1000
    • Jackson Lovato
      Gostei do filme, achei bem convincente, sobretudo a atuação de Rami Malek, no qual interpreta Freddie Mercury. Foi demonstrada toda extravagância da icônica lenda, além de seu orgulho, fraquezas e sentimentos. As canções executadas são emocionantes. Muito bom!!
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