Ao contrário do que a sinopse oferece, a história de amor entre os irmãos não é polemizada; pelo contrário, é conduzida como algo natural, pelo menos por parte das pessoas mais próximas dos dois. Achei um aspecto interessante, apesar de ter esperado mais conflitos na trama justamente por causa do incesto. Mas, levando em conta que só nos é mostrada a relação dos dois ao redor da família e de um amigo, acho válida a naturalidade, considerando que a família deles é muito compreensiva e não os condena de forma alguma.
Gostei bastante da química entre os atores e principalmente da presença constante da família no relacionamento dos irmãos. A relação dos rapazes com a mãe era muito linda, e a do padrasto também foi muito bonita, mesmo que ambas não tenham sido o foco da história.
O ponto que não me agradou foi justamente a passagem de tempo. Quando o filme nos apresenta os rapazes já adultos e já juntos, toda a ideia de parentesco não é mais tão aparente. Talvez o objetivo do diretor tenha sido esse: quebrar a ideia de irmandade e ajudar o telespectador a captar a normalidade do relacionamento dos personagens.
A trilha sonora otimizou o clima de tranquilidade da história e algumas cenas eram belamente construídas, apesar de simples.
No mais, apesar de não ser nenhuma obra-prima, Do Começo Ao Fim é um filme singelo, delicado e muito simples; é um filme leve, que mostra um romance em uma realidade totalmente diferente da nossa, uma realidade em que nada é barreira ou limite para o amor.