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    O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
    Críticas AdoroCinema
    3,0
    Legal
    O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio

    Continuação com cara de reboot

    por Sarah Lyra

    Exterminador do Futuro: Destino Sombrio tem sido “vendido” como um grande reencontro entre Linda HamiltonArnold Schwarzenegger e James Cameron, este último o criador da franquia. A estratégia consiste, essencialmente, em ignorar a existência de qualquer produção habitada no mesmo universo após O Julgamento Final. O resultado esperado é claro: promover o renascimento dos icônicos personagens dos anos 1980 e 1990 para uma espécie de passada da tocha. Nesse contexto, os novos elementos Grace (Mackenzie Davis) e Dani (Natalia Reyes) se tornam os rostos do futuro, incubidos de manter viva a saga, assim como fez Star Wars em O Despertar da Força — mas, aqui, sem o mesmo nível de intenção e controle.

    Até certo ponto, a estratégia funciona. É interessante que Destino Sombrio entenda a importância de manter alguns elementos originais, mas simultaneamente ofereça frescor à narrativa. Nesse sentido, o personagem de Davis se torna um grande acerto do longa dirigido por Tim Miller, que nos apresenta a um híbrido entre humano e máquina, ou, como a própria Grace diz, “um humano aprimorado”. Nesse momento em que a tecnologia se desenvolve com uma velocidade sem precedentes, Grace se torna perfeitamente plausível aos olhos do público — não é à toa que Rev-9 (Gabriel Luna) se passa por um veterano de guerra com “quadril de metal” para justificar o soar de um alarme de segurança. O que talvez parecesse futurista em 1984 agora se tornou contemporâneo. O único porém é notar como essa discussão é desperdiçada na produção de 2019, principalmente pelo potencial levantado no comportamento de Grace, que faz questão de responder às provocações de Sarah Connor (Hamilton) reforçando o fato de ser humana.

    No que diz respeito ao material original, as referências são fartas. Para começar, é Connor, e não T-800, a responsável por proferir as palavras mais aguardadas de todos os filmes: “I’ll be back”, diz ela, com um tom debochado que se distancia do exagero dramático das versões anteriores, uma divertida releitura de um bordão tão icônico. O humor, inclusive, é uma marca deste novo Exterminador, talvez pela presença de Miller como diretor, que costuma dar um ar mais descontraído para seus filmes, como fez em Deadpool. É inevitável não relacionar os confrontos em ambientes industriais, neste novo filme, com o longa de 84, principalmente na cena em que o novo exterminador é esmagado por uma enorme peça de maquinário, que muito lembra a batalha final entre T-800 e Kyle Reese (Michael Biehn).

    É válido destacar que, embora não queira propor uma militância feminista tão explícita, Destino Sombrio inclui alguns momentos que deixam clara sua posição acerca do protagonismo feminino. A maior prova disso é T-800 explicando para Sarah, Grace e Dani que sua relação com a parceira de muitos anos não é física, mas sim pautada no companheirismo diário. “Sou confiável, eu ouço, troco fraldas sem reclamar” lista a máquina, numa alfinetada clara ao machismo. Outro grande momento do longa é quando ele revela o galpão cheio de armas que mantém em sua casa. Depois de uma explicação sobre a necessidade de estar preparado para proteger a família, T-800 conclui com um “além do mais, é o Texas”. Uma referência política simples, mas sempre oportuna, assim como a ironia de duas mulheres brancas serem um empecilho para cruzar a fronteira México-EUA. E o fato de um centro de detenção de imigrantes ilegais se tornar um violento campo de batalha está recheada de simbolismos.

    No mais, Destino Sombrio se apresenta como uma trama pouco inovadora, pautada essencialmente em sequências de perseguição, o que torna inevitável não questionar a força real de Rev-9. As falas de Grace sugerem se tratar de um modelo indestrutível, mas, ao mesmo tempo, o roteiro se recusa a oferecer uma estratégia mais criativa e elaborada para que os humanos tenham qualquer chance de vencê-lo. No fim, mesmo com bem-vindos acenos saudosistas aos filmes originais e um tom bem humorado, quase tudo se resume à pancadaria.

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    Comentários

    • Daniel Nunes
      John não vingou... mas esse filme sim. O T-800, maquina programada para matar só faltou pedir desculpas por ser exterminador... Alias... ELE PEDE!
    • Daniel Nunes
      Porque é bem lógico um exterminador adquirir consciência do nada e se tornar feminista... Problema é o machismo uhum.
    • Daniel Nunes
      James disse que o 3 não é canonico, os unicos que valem são o 1 e o 2.
    • Daniel Nunes
      Boicotaram, não terá mais trilogia, deu prejuízo.Exterminador do Futuro... Um T-800 que limpa fraudas, grita lula livre e pede desculpas por ser um exterminador.Podem fazer militância, mas no lugar certo. Recado foi dado, o que voce achou dificil, não foi.
    • mauricio
      Esse negócio de viagem no tempo ja está esgotado,jogam tudo fora que vimos nos outros filmes,mesmo que a intenção seja partir de O Julgamento Final não da pra entender que agora Skynet e John Connor já não mais fundamentais na história. Acharia melhor explorar o universo que Exterminador - A Salvação abriu,ao mostrar o mundo já destruído e a humanidade lutando pela sobrevivência,isso sim poderia render bons filmes pois viagem no tempo já deu.
    • Sergio
      O melhor que um bolsominion poderia fazer é nao assistir mesmo já que se incomodam tanto quando vestem a carapuça do que vêem retratado nos filmes atuais com situações dos novos tempos, já que o mundo anda pra frente.......Têm a alternativa de boicotarem né......mas acho tão difíiiiiiiiiicil!!!
    • Jackson A L
      Foi uma bela tentativa de renascer a saga, com novos personagens e alguns bons efeitos, mas acredito já ter perdido o sentido de continuidade. Talvez a melhor opção (senão deixar como estava) fosse começar tudo do zero, como novos personagens, a ter de resgatar T-800 e Connor no auge de suas aposentadorias.
    • Adão Negro
      Bip, bip,,,,bolsominion na área destilando machismo, sexismo...
    • Seu Cuca
      É um filme bem feito, a qualidade das cenas de ação lembra T2, vê-se que o Cameron quis trazer isso de volta. Mas é completamente raso. Não tem história nenhuma acontecendo, é só vamos fugir e pronto. Nem aquele 3 enfadonho era tão vazio. Dava pra ter sido um filmaço se tivessem gasto mais tempo na definição da história/roteiro, ao invés disso virou só mais um Exterminador sem futuro.
    • Seu Cuca
      Foi a minha sensação. Em termos de ação ele é o melhor dentre os últimos quatro, chega a lembrar aquele clima alucinado do T2. Só que o 2 tinha uma boa história correndo além da perseguição, que era destruir a Cyberdine, e esse não. É só correria mesmo.
    • Seu Cuca
      Deu certo onde? Os novos SW são uma bosta... Só fizeram 3 porque a base de fãs é muito fiel e assiste qualquer lixo que lançarem, um privilégio que Exterminador não tem. Aliás, quase franquia nenhuma tem. Então, a não ser que o Cameron ou o estúdio insista por teimosia, é provável que essa saga pare nesse dark fate mesmo.
    • Arthur Augusto Bastos Bucioli
      achei esse flme bem descartável, um ou outro momento bom, mas no geral será um daqueles que a gente esquece logo depois de assistir..
    • Pris
      Eu vou fingir que o filme nunca existiu....
    • prado
      Assisti o filme ontem , e como um fã dessa franquia que sou , achei o filme realmente nota 3..3,5 , muito pelo saudosismo dos filmes anteriores , porem o erro crucial foi ter matado john , creio que ele seria muito util ao filme , talvez como um elemento surpresa no final . faltam um pouco de criatividade porem curti !
    • Andrew Marques
      Nossa ia ser fooda mesmo.
    • Leandro Herrera
      Nada vai superar os clássicos pq os jovens atuais não aguentamFoi um bom filme.... Agora podem não fazer mais... Todos sabemos que exterminador sem Arnold não será o mesmo... Então chega de exterminador do futuro...
    • Thiago chipset Andrey Ferreira
      O grande problema aqui não são os atores, o feminismo, o politismo. O problema é o roteiro escrito nas coxas.Eu queria muito ver um plot Twist num filme de Terminator, tipo: Grace teve a mente apagada e na verdade ela está protegendo a Dani pq a Dani é a criadora da IA Legião.Enquanto o Rev9 é a máquina enviada pelos rebeldes.Isso sim faria sentido. Pq os humanos do futuro são tão burros?
    • Daniel Ananias
      Muito feminismo. Sarah Connor já era o suficiente. E pancadaria e destruição é o que tem que ter em Exterminador do futuro. A coisa mais legal foi ver o T-800 como um humano, por mais que seja um pouco sem noção...
    • Daniel Ananias
      Em relação ao terceiro filme, pensei a mesma coisa. James Cameron deve ter pensado Não fiz, então não aconteceu. Exageraram no feminismo e colocaram John de lado, uma pena.
    • Humberto Gonçalves
      Tbm acho, as agendas políticas feministas estão estragando os filmes.
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