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    Kick Ass - Quebrando Tudo
    Críticas AdoroCinema
    5,0
    Obra-prima
    Kick Ass - Quebrando Tudo

    DEBOCHADO, VIOLENTO E DIVERTIDO

    por Roberto Cunha

    Quem nunca imaginou como seria ser um super herói? Se você deixar de assistir Kick Ass - Quebrando Tudo porque ouviu falar que ele é baseado em quadrinhos, vai rabiscar de sua lista uma proposta interessante de diversão. Para início de conversa, a primeira cena de ação do filme, sem trocadilho com o título, é uma porrada. Só vendo para crer.

    Cansado de ser esculachado pelos valentões de plantão, um adolescente cujo maior poder era ser "invisível" para as garotas da escola, resolve virar o super herói Kick Ass e mudar esta rotina. Como? Nem ele sabia. Até que um dia, enquanto defendia - fantasiado de herói - um cara que levava uma surra, o vídeo com as imagens dele enfrentando os bandidos (e apanhando) foi parar na internet e ele virou um fenômeno. O que ele não contava era que a sua fama iria envolvê-lo no meio de um plano de vingança de Big Daddy (Nicolas Cage) e Hit Girl (Chloë Moretz) contra um mafioso da cidade, deliciosamente interpretado por Mark Strong.

    Como o próprio título já entrega, a produção faz uso de diálogos ácidos - e reais - para contar uma história totalmente maluca, violenta e divertida. Essas três palavras, aliás, sintetizam bem um filme que tem uma menina de 11 anos que admira candidamente uma metralhadora Gatling e pede canivete de presente no lugar de bonecas, um pai que ensina com maestria a filha a matar, e um adolescente nerd cansado de apanhar. Parodiando heróis tradicionais como Batman, Robin e o Homem Aranha, entre outros, o longa é um balaio de referências pops visuais e auditivas, transitando entre o hit “Crazy” do Gnarls Barkley, a trilha do seriado Banana Split, o zoom dos faroestes de Sergio Leone, o assobio inexorável da trilha de Por um Punhado de Dólares, de Ennio Morricone, até as gravuras de Andy Warhol.

    Vale o registro da coragem do diretor, produtor e roteirista Matthew Vaughn em bancar o projeto recusado pelos estúdios por onde passou. Sua experiência como produtor de Snatch - Porcos e Diamantes ao lado de Guy Ritchie, com certeza, foi muito válida. O resultado é um filme que vale a pena até mesmo para aqueles não tão ligados em quadrinhos, mas que curtem humor ágil e bem conduzido. É tão escancarado e debochado, que cenas como uma tortura “ao vivo” no estilo da Al Qaeda ou uma menininha trucidando seus inimigos “divertem” e passam rápido. E com uma edição de alto nível, um colorido peculiar e um roteiro descompromissado, mas atual, Kick Ass - Quebrando Tudo é a antítese perfeita do herói:  sem poderes, não há responsabilidade.

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