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    Nine
    Críticas AdoroCinema
    4,0
    Muito bom
    Nine

    LUZES, CÂMERA... MÚSICAS

    por Roberto Cunha

    O longametragem de Rob Marshall chega ao Brasil depois de uma performance fraca nos Estados Unidos e um certo desprezo nas primeiras premiações por onde passou. O que ganha até um certo ar de mistério porque a produção é de alta qualidade e tem potencial para pegar espectadores que preferem conferir de perto. O filme começa com uma voz em off discursando sobre a arte de fazer cinema, mas a abertura de Nine não deixa dúvidas que estamos diante de um musical. E dos bons, demonstrado a partir do primeiro momento, envolvendo todo o elenco.

    Recheado de nomes e talentos conhecidos (Penelope Cruz, Judi Dench, Marion Cotillard, Nicole Kidman e Sophia Loren), a proposta de homenagear o cinema, em especial o italiano, desnudando a vida de uma cineasta famoso tem tudo para agradar os amantes do gênero. Na história, Guido Contini (Daniel Day-Lewis) é um diretor de cinema de sucesso, que vem de fracassos recentes. Ele está para começar sua nona produção (daí o título do filme) e não tem a menor idéia do que vai abordar na tela grande. Na verdade, o caso é até mais sério porque Contini passa por um bloqueio criativo na ficção, mas encontra-se totalmente dividido - na realidade - com as mulheres que compõem sua vida e sem um roteiro sobre o que fazer com ela.Nine conta este drama de maneira criativa através de canções e sequências de muito bom gosto, que rendem, no mínimo, belos vídeo clipes. Assim, a história vai sendo "cantada" pelo elenco feminino de peso num verdadeiro show de luzes, cores, interpretações e variados ritmos sobre a vida de um homem movido a desejo, que tudo quer, mas encontra-se afogado em mentiras e traições. Embora todos personagens tenham dado conta do recado em suas respectivas performances musicais (Lewis também), o destaque vai para a sequência bem cantada pela esposa de Contini (Cotillard), que sintetiza suas vidas: "eu era a fã, ele era o gênio". Em termos de cena, o destaque vai para a coreografia protagonizada pelo personagem da cantora pop Fergie (Black Eyed Peas), de belíssimo impacto visual usando a areia e o jogo de luzes.

    O texto é bem humorado, tem críticas ao mundo cinematográfico, a fama, as celebridades e sobrou até para a igreja católica. E como foi dito antes, a Itália está muito presente em ícones, como o Alfa Romeo conversível da estrela e os famosos estúdios da CineCittà, onde seu nono filme chamado "Itália" será rodado. Assim, não dá para entender porque esse musical de fácil entendimento, ficou difícil de emplacar para aqueles que curtiram filmes como Chicago ou Moulin Rouge - Amor em Vermelho.

    PS: não saia antes dos créditos finais. As cenas adicionais mostram os ensaios do filme.

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