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    O Leitor
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    49 Críticas do usuário

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    Sílvia Cristina A.
    Sílvia Cristina A.

    103 seguidores 45 críticas Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 8 de janeiro de 2013
    O filme O leitor , do cineasta inglês Stephen Daldry , inspirado no best seller alemão homônimo , de Bernhard Schlink, é muito mais que um filme romântico. Ele é um filme verdadeiramente romântico. Diferentemente das milhares comédias açucaradas que transformam a intimidade em espetáculo , por meio de beijos aplaudidos por plateias de desconhecidos , O leitor devassa o amor através dos silêncios dos personagens. Remonta uma história entre dois amantes separados pelas circunstâncias , por meio de falas não pronunciadas , de imagens fragmentadas que exigem do espectador um olhar muito mais atencioso e sensível.
    Nem tudo vem pronto e explicado neste filme que fala sobre o amor sob a perspectiva da culpa. Me parece que amor e culpa são dois temas realmente indissociáveis. Há quem pense que não existe amor sem culpa, sem ruptura , sem transgressão. O simples ato de amar pode ser considerado uma transgressão , pois nos faz rever valores , desmente nossas verdades , desorganiza as estruturas sociais. É uma bela bofetada bem no meio da cara de quem deseja ter tudo sob controle.
    Como diria o cineasta espanhol Luis Buñuel , amor e revolta são as palavras mais revolucionárias que existem. Porém, O leitor não fala de uma culpa individual. Vai além dos sentimentos de Michael e Hanna e toma a dimensão da sociedade alemã , vinte anos após o término da Segunda Guerra Mundial. O amor parece algo proibido para um povo que participou de um genocídio. Tenho a impressão de que tanto o romance de Schlink como o filme de Daldry parecem redimir uma sociedade capaz de se entregar às mais ardentes paixões e aos mais profundos amores , mesmo em meio aos horrores de um período histórico tenebroso .
    Depois de passar a vida assistindo a filmes sobre o holocausto, sempre me pareceu impossível um carrasco nazista ter se apaixonado ou ter sido capaz de um gesto verdadeiro de bondade e ternura. Não é apenas o amor que desmente as nossas verdades . O cinema e O leitor também desconstroem nossas crenças mais arraigadas, por meio de uma ex-carrasca nazista que se torna o grande amor da vida de um homem. Hanna , cúmplice da morte de 300 mulheres oficialmente , sem falar nas outras que conduziu para Auschwitz, é tão capaz de amar como qualquer outra mulher . Seu amor é desajeitado. Hanna é uma mulher rude , mas nem por isso desprovida de afetividade. Podemos ver a sua gentileza dura , logo em uma das primeiras cenas , quando ajuda Michael, adoecido na entrada de sua casa. O abraço que oferece ao garoto desconhecido e assustado tem a firmeza de quem é capaz de se solidarizar profundamente. Entretanto, em nome do dever e do cumprimento das regras , alguns anos antes , permitiu que 300 mulheres judias morressem queimadas. Hanna foge ao estereótipo do carrasco nazista , sádico e impiedoso. Ela participou de algo terrível que não conseguia compreender completamente, embora em um momento da trama , fique clara a ideia de seu entendimento e da inutilidade de sua culpa, por meio das frases “Não importa o que eu penso. Não importa o que eu sinto. Os mortos continuam mortos.”
    A dor da perda transforma Michael , um garoto ingênuo e romântico, capaz de expressar seu amor despudoradamente , em um homem tragado pela solidão e pelo abandono . Depois de Hanna , nenhuma outra mulher foi capaz de preencher o vazio deixado em sua vida, nem mesmo a sua esposa e a sua filha, com quem ele se aproxima apenas no final da trama. Michael se distanciou de todos. Se distanciou dele mesmo.
    O leitor quebra a dinâmica maniqueísta de mocinhos e vilãos. O amor da vida de Michael, um advogado culto, inteligente e bom caráter , é uma ex-carrasca nazista , 20 anos mais velha , analfabeta em uma sociedade letrada , em que não saber ler e escrever pode ser uma culpa tão grande e vergonhosa , quanto ter cometido um crime.
    O leitor precisa ser entendido no contexto da Alemanha ocidental, pós-guerra. Alguns dos gestos , atitudes e não atitudes dos personagens , só tem significado para aquela sociedade , para aquela cultura que como qualquer outra sociedade e cultura tem os seus paradigmas. Podemos dizer que a grande prova de amor que Michael oferece a Hanna é uma não atitude , uma omissão. Ele não a ajuda a se livrar de uma condenação injusta , porém, preserva o seu segredo . É no silêncio mais uma vez que se refugia o amor em O leitor.
    Se combater o analfabetismo é uma questão em processo em nosso país , o mesmo não acontece na Europa Central em que é inadmissível não saber ler e escrever. Para aqueles que se prenderem aos valores e verdades da nossa cultura , O leitor pode soar como inverossímil. Para quem nunca se questionou sobre os mecanismos do amor , o mesmo pode ocorrer. Será que sempre amamos o mais adequado a nós? Será que sempre amamos o mais valoroso, o mais altruísta , o mais belo, inteligente , culto e generoso? Mais que uma aula sobre um povo estigmatizado , é uma releitura sobre a dinâmica imprevisível do desejo.
    anônimo
    Um visitante
    4,0
    Enviada em 24 de abril de 2019
    Um adolescente tem um caso ilícito com uma mulher mais velha na Berlim pós-guerra e anos depois a encontra em um julgamento que a revela como guarda da prisão de Auschwitz. O Leitor é um exame muito digno da culpa alemã pós-guerra e do abismo entre as gerações seguintes, que sem dúvida resultou na criação da gangue Baader-Meinhof. A parte mais interessante do filme é, na verdade, o debate moral entre os estudantes de direito e seu tutor e faz alguns pontos interessantes sobre as consequências da culpabilidade através da inação. O Leitor é mais um belo trabalho do diretor Stephen Daldry, é interessante como o roteiro adaptado do livro alemão de mesmo nome usa o relacionamento entre Michael(David Cross, uma grade revelação que infelizmente não vingou depois) e Hanna(Winslet, ótima como sempre) para fazer um comentário sobre a moralidade alemã durante o pós-guerra. O filme não argumenta que essas ações desumanas são palatáveis, ​​uma vez que entendemos as motivações daqueles que as cometeram, apenas que elas realmente eram pessoas, não exatamente enganadas em suas decisões, mas parte de um movimento que não tinha espaço para escolha. O grande problema do filme é que ele pesa demais a mão nos flashbacks e a maquiagem envelhecida dos personagens é muito artificial, além de alguns problemas de logística na narrativa que realmente são incômodos, o design de produção também é muito dull. Ainda sim, The Reader é um filme surpreendentemente delicado que consegue transformar um tema difícil em um conto lúdico sobre amadurecimento emocional, um retrato delicado sobre a carência e a força da memória afetiva. Destaque também para Ralph Fiennes. Uma obra de arte que, no entanto, deve ser apreciada com moderação devido a temática indigesta. NOTA : 8.5 / 10
    anônimo
    Um visitante
    4,0
    Enviada em 5 de setembro de 2015
    Já tinha me impressionado com o trabalho de Stephen Daldry em "As Horas",e se lembrando que ele também outro grande filme que foi "Billy Elliot".E algo me dizia que eu ia me surpreender com "O Leitor".É tudo muito detalhado,desde a fotografia cinzenta da guerra,passando por figurino,e chegando até uma história dramática.Não é a toa que foi indicado a boas categorias,mas só levando o prêmio de Melhor Atriz,dado justamente a Kate Winslet.Que se mostra tão perfeita que não se pode ver um erro da atriz durante o longa.Atua perfeitamente bem ao lado de David Kross,e mais tarde ao lado de Ralph Fiennes.É visível que Kate faz um trabalho para se destacar positivamente na escolha de Melhor Atriz.Consegue carregar todo um começo conturbado nas costas,sem medo de se expor,em frente as câmeras,com certeza é sua melhor atuação.A história passada durante a segunda guerra mundial nos faz relembrar outros grandes títulos,o que muda um pouco,é mesmo quem protagoniza,que é algo que impressiona.
    Fábio F.
    Fábio F.

    2 seguidores 1 crítica Seguir usuário

    5,0
    Enviada em 7 de agosto de 2013
    “O Leitor” ( The Reader) é um filme multifacetado e pulsante do diretor Stephen Daldry ( o mesmo de “As Horas”). Baseado em livro de Bernhard Schlink, o longa se passa na Alemanha, logo após a Segunda Guerra.
    No início,vemos Michael Berg (Ralph Fiennes, de “O Jardineiro Fiel”) recordando-se de sua juventude,quando, em 1958, aos quinze anos de idade, conheceu Hanna Schmitz (Kate Winslet, de “Titanic”, sempre impecável), uma mulher solitária, bem mais velha que ele, com quem começa a ter uma espécie de iniciação sexual. Daí em frente, ocorre o que parece ser um pacto: Michael lê trechos de livros para Hanna, já que ela gosta de ouvir leituras. Em troca, ela faz amor com ele, num ritual que, se considerarmos o filme como um todo, assemelha-se a um tipo de terapia recíproca, uma vez que cada um deles transparece ao outro e para nós, espectadores, a sua incompletude existencial. Entretanto, essa situação fica delicada com o passar do tempo, pois seu relacionamento estreita-se de forma crucial e irreversível, magoando a ambos e “redimindo-os” de seus conflitos pessoais através da companhia e do sexo.
    Os dois acabam por se separar e, quando Michael está na faculdade de Direito, assiste ao julgamento de Hanna, acusada de participar dos horrores do campo de concentração de Auschwitz. A partir daí, a história entra na parte em que se emaranha nas buscas de respostas, valores, e na perturbação em que Michael fica, impotente diante daquela situação, que vem reabrir antigas feridas e pôr em questão tudo aquilo em que ele acredita(va) a respeito de suas próprias experiências de vida.
    O desenrolar doloroso e sem perspectivas de um “final feliz” para os protagonistas, cada qual preso em sua própria teia de sofrimentos e vergonhas ancoradas no passado, mas que estão sempre vindo à tona, conduz a dois principais caminhos: Hanna enfrentando, afinal de contas, seu maior medo/vergonha e superando este desafio, mesmo que sua redenção se faça através da expiação pela morte. Já Michael avalia, ainda hesitante, a profundidade e a influência de seu passado no agora, numa perspectiva angustiante e com resquícios de remorso que o acompanhará para sempre. Tudo isso ocorre de forma arrebatadora e psicologicamente progressiva, sem precipitações ou lacunas.
    Obviamente, faz-se necessário dizer algo acerca das características técnicas de uma obra tão ímpar. “O Leitor” foi indicado a cinco Oscars – inclusive os cobiçados “Melhor Filme” e “Melhor Diretor” - destacando-se com “Melhor atriz” - Kate Winslet, que também ficou excelente na maquiagem pesada de idade avançada, já no final da película. Stephen Daldry conduz o filme de forma afiada, oscilando entre a linha tênue da perturbação e da comoção, o que imprime à trama todo o impacto necessário, fazendo-nos refletir sobre a importância daquilo a que chamamos "verdade" e "moralidade", quando vemos, por exemplo, a postura resignada de Hanna ou a covardia sistemática de Michael,conforme ele amadurece e deixa para trás seu lado mais impulsivo.

    A respeito do personagem Michael, certamente o ponto central do filme, já que este se estrutura em suas memórias (afinal de contas, ele é “o leitor”), há que se destacar interpretação de David Kross, que incorporou o jovem Michael muito melhor que Ralph Fiennes o fez como o Michael mais velho. Na verdade, Fiennes parece ser a única peça que não se alinhou ao contexto do filme; infelizmente ele não ficou bem no papel; não conseguimos enxergá-lo como tendo sido o jovem impulsivo que fora na primeira metade do filme, nem sua interpretação nos convence tanto como deveria. É difícil acreditar que o mesmo ator que brilhou com perfeição no papel do tirano Amon Goeth, de “A lista de Schindler”, não conseguiu executar uma função bem mais leve que aquela, embora também complexa. No final das contas, é difícil também saber se isso é uma falha do ator, Fiennes, ou do roteiro, que, em sua adaptação, deixou esta ponta solta, mas o fato é que fazer esse Michael maduro teria sido um desafio para qualquer ator. Kate Winslet, então, ao ganhar o Oscar e o Globo de Ouro por melhor atriz, dispensa quaisquer comentários a respeito de sua interpretação.
    Quando termina “O Leitor”, uma projeção que perturba e intriga, ficam muitas questões a ser debatidas: o quanto a verdade ou a moralidade são fundamentais? Quem é autor da verdade? A sociedade é guiada por que valores? Até que ponto podemos intervir no curso dos eventos que se desencadeiam ao nosso redor? “O Leitor” não fornece respostas, uma das razões pelas quais ele é tão perturbador. Basicamente, ele nos questiona sobre aquilo a que nem nos damos ao trabalho de pensar. Fica a mensagem do pôster: "Resolva este mistério"; mensagem aplicada ao conteúdo do longa-metragem e às nossas próprias existências, tão vazias às vezes.
    Denise L.
    Denise L.

    10 seguidores 27 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 4 de abril de 2012
    Esse filme é sensacional. Fiquei muito comovida com a atuação de Kate Winslet. Final lindo e surpreendente...não esperava! Já vi umas 3 vezes e sempre fico emocionada! Lindo!
    Marcelo Lopez
    Marcelo Lopez

    51 seguidores 56 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 27 de fevereiro de 2014
    Inspirado no romance de Bernhard Schlink, o longa-metragem começa na Alemanha em reconstrução do pós-guerra e mostra o envolvimento de um jovem de 15 anos de idade com uma mulher mais velha. O jovem estudante a conhece durante o verão e tem suas descobertas sexuais e sentimentais com essa misteriosa mulher chamada Hanna, que em seus encontros pedia ao jovem que lesse algum livro para ela, tornando-o assim em uma especie de amante leitor. "Segredo" o fio condutor do filme é esse, o filme tem todo seu foco no envolvimento dos dois e mostra a tentativa de busca por cumplicidade nessa paixão avassaladora. Até que um dia, sem justificativa ou adeus, Hanna vai embora sem deixar pistas. E o reencontro dos dois revelará muitos segredos que trará à tona reflexões sobre ética, traumas e conflitos internos. Kate Winslett atua de forma magistral enquanto Ralph Fiennes parece não encontrar a essência de seu personagem.
    Erika
    Erika

    51 seguidores 107 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 21 de fevereiro de 2016
    O que ficou evidente para mim nesse filme é como foi tratado sensibilidade e orgulho nos diferentes personagens. Esse filme retratou bem o gênio forte de algumas pessoas da época, onde muitas vezes o orgulho se sobressaia à sensibilidade humana. Quanto a personagem Hanna Schmitz (Kate Winslet), ela não poderia ter tido um final diferente, onde seu orgulho foi maior do que tudo. Quanto ao personagem Michael Berg (David Kross -adolescente, Ralph Fiennes adulto) seu papel foi muito mais profundo em termos de sensibilidade e amor, mas como parece ter sido o propósito da trama, também apresentou seus momentos mais frios. Enfim, ele com certeza foi a grande estrela do filme, ela nem tanto assim.
    Lucas S.
    Lucas S.

    267 seguidores 204 críticas Seguir usuário

    4,5
    Enviada em 16 de outubro de 2015
    Seguindo as outras críticas positivas, realmente o filme é emocionante, nos ressalta a sensibilidade, principalmente no lidar com as outras pessoas, nas pessoas com quem convivemos. Quando alguém desaparece e aparece em situações nada esperada, ou quando o passado é revelado e os fatos são conectados, surgindo uma realidade não imaginada. Desse modo é o filme 'O Leitor'. Filme mais do que recomendado.
    Shy Boy
    Shy Boy

    36 seguidores 107 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 7 de abril de 2013
    Um filme complexo que exige atenção do expectador. Gostei muito da atuação do jovem David Kross. Kate Winslet dispensa comentários.O drama predomina sobre o viés romântico. É uma produção cara e não para todos os gostos. Predomina no enredo a visão realista dos fatos e das pessoas. Muito bom, mas creio eu, um filme prato cheio para quem curte e vê no cinema não apenas divertimento e emoção, mas a realidade como ela é e de quebra, como nesse filme, a cultura é exaltada.
    Eder Luis Santana
    Eder Luis Santana

    12 seguidores 49 críticas Seguir usuário

    4,0
    Enviada em 2 de setembro de 2012
    Algumas pessoas passam de forma marcante pela nossa vida. Não importa se por pouco ou muito tempo, ficam enraizadas nas nossas memórias e despertam sentimentos mesmo na ausência. É basicamente sobre essa sensação humana que O Leitor trabalha de forma tocante. Com um elenco que sabe como emocionar o público, o filme não se coloca de modo piegas. Pelo contrário, leva à reflexão sobre como devemos lidar com nossas fraquezas e de que modo devemos encarar as cicatrizes do passado. Tocante e, ao mesmo tempo, envolvente. Ponto negativo apenas à equipe de efeitos visuais, que não soube envelhecer Kate Winslet de modo natural, deixando-a nitidamente como uma jovem com rugas malfeitas no rosto.
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